A terceira Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas começou nesta terça-feira, 5 de agosto de 2025. A iniciativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) busca coletar material genético para ajudar a identificar pessoas desaparecidas. A campanha vai até 15 de agosto e conta com 334 pontos de coleta em todas as 27 unidades da federação.
A campanha traz esperança para famílias como a de Vera Lúcia Ranu, que procura a filha Fabiana desde 1992. Vera, que é representante do Movimento Nacional de Familiares de Pessoas Desaparecidas, participou do lançamento em Brasília e destacou a importância da iniciativa. A secretária Nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubbo, afirmou que a mobilização tem o objetivo de resgatar a dignidade e dar respostas às famílias.
Como participar da campanha
A campanha incentiva a coleta voluntária de material genético de familiares de primeiro grau, como pais, mães, filhos e irmãos. A coleta consiste em esfregar um cotonete na bochecha ou retirar uma gota de sangue do dedo. Os familiares que desejam doar devem apresentar um documento de identificação e a cópia do boletim de ocorrência do desaparecimento.
As informações genéticas são inseridas no Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG) e cruzadas com dados de restos mortais não identificados e de pessoas vivas com identidade desconhecida. Caso haja uma correspondência, a família é notificada. A diretora do Sistema Único de Segurança Pública do MJSP, Isabel Seixas de Figueiredo, ressalta que o serviço de coleta de DNA é contínuo e está disponível o ano todo nos institutos de Criminalística estaduais.
Resultados e o impacto da campanha
Na segunda edição da campanha, em 2024, foram coletadas 1.645 amostras, o que permitiu a identificação de 35 pessoas desaparecidas. Nove desses casos foram reunidos em um caderno digital, “Transformando Números em Histórias”, lançado junto com a campanha.
A identificação de um familiar, mesmo que de restos mortais, ajuda as famílias a colocar um fim na angústia, como aconteceu com a servidora aposentada Glaucia Lira. Seu filho estava desaparecido desde 2013, e a confirmação do óbito veio em 2025, graças à primeira edição da campanha. A campanha, como enfatizou o secretário Mario Sarrubbo, não lida apenas com números, mas com a dor real de pessoas.