O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, comparou a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos com a tentativa de golpe de Estado no Brasil, ocorrida em 8 de janeiro de 2023. A declaração foi feita nesta sexta-feira, 1° de agosto de 2025, durante a sessão de abertura da Corte. Moraes criticou a articulação de Eduardo Bolsonaro para prejudicá-lo e para obter anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O Mesmíssimo ‘Modus Operandi’
Alexandre de Moraes afirmou que o “modus operandi golpista é o mesmo”. Ele comparou os acampamentos em frente aos quartéis e a invasão da Praça dos Três Poderes, que visavam a uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO), com a atual tentativa de gerar instabilidade econômica e social. O ministro disse que o incentivo à taxação ao Brasil e à crise econômica visa a gerar uma “crise social, que gera crise política”, criando novamente a possibilidade de um novo “ataque golpista”.
A sessão de abertura do STF ocorreu após o governo de Donald Trump anunciar sanções financeiras contra Moraes e tarifas de 50% a produtos brasileiros. No início de julho, Eduardo Bolsonaro agradeceu publicamente a Trump pelas tarifas, que foram associadas ao processo contra Jair Bolsonaro. O deputado pediu licença do mandato e esteve nos Estados Unidos, alegando perseguição política.
Críticas e Crimes Citados pelo Ministro
Moraes chamou de “traidores da pátria” aqueles que articulam medidas prejudiciais à economia do Brasil. Ele também comparou a conduta de quem ameaça autoridades e suas famílias a “milicianos do submundo do crime”. Embora não tenha citado nominalmente Eduardo Bolsonaro, o ministro se referia claramente a sua atuação.
A ação dessas pessoas, segundo Moraes, configura “claros e expressos atos executórios de traição ao Brasil”. Ele listou crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal e atentado à soberania nacional. O ministro ainda afirmou que a atuação de aliados de Jair Bolsonaro busca um “tirânico arquivamento” para beneficiar pessoas que se consideram acima da lei.