A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, ressaltou nesta terça-feira, 29 de julho de 2025, em Foz do Iguaçu (PR), a importância dos prefeitos na luta contra a violência de gênero. “Se cada município tiver compromisso com a mudança desses indicadores, com as suas equipes da saúde, da educação, da cultura, da assistência social, do trabalho, falando disso, nós haveremos de mudar essa realidade”, defendeu a ministra.
Fórum e Conferências Estaduais
A declaração da ministra foi feita na abertura do 1º Fórum dos Conselhos Municipais dos Direitos das Mulheres do Paraná. O evento reuniu representantes do poder público e da sociedade civil para debater propostas e fortalecer a construção de políticas públicas voltadas à igualdade de gênero no estado.
Nesta terça-feira à noite, a ministra Márcia Lopes participará da V Conferência Estadual de Políticas para as Mulheres do Paraná, que acontece até quinta-feira, 31 de julho. O evento será transmitido ao vivo pelo canal do YouTube da Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa do Paraná.
Até o fim de agosto, etapas estaduais da conferência em todo o país votarão propostas elaboradas em conferências municipais e regionais. Elas também elegerão as representantes estaduais que participarão da etapa nacional, marcada para Brasília entre 29 de setembro e 1º de outubro.
Márcia Lopes explicou que as conferências são espaços democráticos e deliberativos que buscam aproximar o Estado da sociedade civil. Os encontros produzem um documento com os consensos e as prioridades eleitas na mobilização social. “O relatório pode ser apresentado na Assembleia Legislativa para que os deputados e deputadas estaduais também assumam esse compromisso de chegar no governador. O próprio conselho estadual tem obrigação de monitorar essas deliberações e quais são as prioridades em termos de serviços públicos”, detalhou a ministra.
Casa da Mulher Brasileira
No início da tarde desta terça-feira, a ministra visitou as obras da Casa da Mulher Brasileira em construção em Foz do Iguaçu. A obra, iniciada em 1º de julho, é resultado de uma parceria entre o Ministério das Mulheres e a Itaipu Binacional, que investiu R$ 9,5 milhões. O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, afirmou que a iniciativa faz parte do compromisso socioambiental da estatal. “Infelizmente, a violência contra as mulheres é uma pauta que se impõe. Ninguém gostaria de discutir esse assunto, mas quando olhamos as estatísticas é uma coisa tão séria. E Foz do Iguaçu está muito presente na pauta do feminicídio e da violência contra as mulheres”, admitiu Verri.
Até o fim do ano, o Ministério das Mulheres prevê inaugurar outros dois Centros de Referência da Mulher Brasileira no Paraná, em Francisco Beltrão e Guarapuava. Em Curitiba, já existe uma Casa da Mulher Brasileira em funcionamento que, em nove anos, realizou mais de 132 mil atendimentos.
A Casa da Mulher Brasileira integra o Programa Mulher Viver sem Violência, retomado pelo governo federal em março de 2023. Atualmente, há 11 unidades especializadas em funcionamento no país e outras 31 estão em fase de implementação ou obras. Desde 2023, o governo federal investiu cerca de R$ 389 milhões em novas unidades, que já contabilizaram mais de 440 mil atendimentos em 2024.
“O serviço integra todo o acolhimento, o atendimento social da Defensoria do Ministério Público, da Patrulha Maria da Penha, do Instituto Médico Legal e de todos os outros serviços para que as mulheres saibam que, estando lá, serão acolhidas, orientadas e encaminhadas”, explicou a ministra.