A precariedade do saneamento básico continua sendo um dos maiores desafios da Região Norte, que abriga cerca de 18 milhões de brasileiros. De acordo com o Ranking do Saneamento 2025, divulgado pelo Instituto Trata Brasil, cinco das sete capitais nortistas ocupam as últimas posições entre as 100 maiores cidades do país analisadas. Os dados têm como base o ano de 2023 e foram obtidos junto ao Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).
As capitais com pior desempenho no ranking são Manaus (87ª posição), Belém (95ª), Rio Branco (97ª), Macapá (98ª) e Porto Velho (99ª). Apenas Boa Vista e Palmas ficaram fora da zona crítica.
Entre essas cinco capitais, a média de atendimento com água potável é de apenas 64,2%, bem abaixo da média nacional de 83,1%. A situação é ainda mais grave no quesito coleta de esgoto, com média de 17%, frente aos 55,2% observados no restante do país. No tratamento de esgoto, a média regional atinge 23,4%, contra 51,8% da média nacional.
Os baixos índices impactam diretamente na saúde pública, contribuindo para a proliferação de doenças de veiculação hídrica, que comprometem a qualidade de vida, a aprendizagem das crianças e a produtividade dos trabalhadores.
O Brasil tem como meta atingir a universalização do saneamento até 2033, o que significa chegar a 99% de atendimento de água tratada e 90% de coleta e tratamento de esgoto. Para que isso se torne realidade na Região Norte, será necessário reforçar investimentos públicos e privados, além de estruturar políticas públicas eficazes, com foco em infraestrutura e inclusão.
A universalização do saneamento é vista como fundamental para impulsionar o desenvolvimento social, econômico e ambiental da Amazônia brasileira.