O Brasil conseguiu sair do Mapa da Fome, um indicador global da Organização das Nações Unidas (ONU) que identifica países com insegurança alimentar crônica. A avaliação é do ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, que concedeu entrevista coletiva nesta segunda-feira, 28 de julho de 2025. Segundo o ministro, um trabalho conjunto e interministerial, envolvendo mais de 80 ações e programas, possibilitou esse feito.
“Sair do Mapa da Fome mostra o quão impactante é o resultado do trabalho do governo do Brasil em 2023 e 2024, que conseguiu reduzir a desnutrição no nosso país para menos de 2,5% da população”, afirmou Dias. A informação da saída do Brasil do mapa consta em relatório apresentado nesta segunda-feira durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares da ONU (UNFSS+4), em Adis Abeba, na Etiópia. O ministro destacou que “Sair do Mapa da Fome é resultado do Plano Brasil sem Fome, que integra mais de 80 ações e programas de 24 ministérios”.
Meta alcançada e prioridades do governo
Para o ministro Wellington Dias, o anúncio tem relevância histórica e foi motivo de surpresa, já que a meta inicial era sair do Mapa da Fome apenas em 2026. “Cumprimos o objetivo em um tempo recorde [em 2 anos]. Esse resultado mostra que o Plano Brasil sem Fome do governo brasileiro teve eficiência e políticas públicas robustas”, avaliou.
Dias reiterou que um país não tem soberania sem justiça alimentar, justiça social e democracia. Ele comparou a atuação do sistema de segurança alimentar e nutricional ao Sistema Único de Saúde (SUS) na pandemia. “Assim como nosso Sistema Único de Saúde (SUS) salvou vidas na pandemia, o trabalho do Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional brasileiro também salvou milhões de vidas”, garantiu.
Wellington Dias listou as decisões políticas do governo brasileiro que priorizaram a redução da pobreza, o estímulo à geração de emprego e renda, a valorização do salário mínimo, o apoio à agricultura familiar, o fortalecimento da alimentação escolar e o sistema de alimentação saudável e o acesso à alimentação saudável como fatores determinantes para a saída do Brasil do Mapa da Fome. O principal caminho, segundo ele, foi um ajuste no cadastro dos beneficiários dos programas sociais. “Nós integramos essa missão de tirar a pessoa da fome com um conjunto de medidas para a superação da pobreza”, disse.
Histórico e próximos passos
O ministro recordou que esta é a segunda vez que o Brasil deixa o Mapa da Fome, sendo a primeira em 2014. Ele criticou o governo anterior, de Jair Bolsonaro, apontando que o desmonte de programas sociais teria feito o país retroceder e retornar ao cenário crítico em 2021.
Para Wellington Dias, é papel do governo intensificar a busca ativa de famílias em condições de desnutrição, por meio do cruzamento de informações e visitas aos locais onde residem, a fim de alcançar as pessoas com mais necessidades. Embora não tenha apresentado um prazo, o ministro adiantou que há previsão para o lançamento de uma segunda etapa do Plano Brasil Sem Fome. “Devemos, muito em breve, trabalhar o lançamento dessa nova etapa”, finalizou.