Os dez réus do núcleo 3 da trama golpista, julgada pelo STF, devem ser interrogados na próxima segunda-feira, 28 de julho. A data foi definida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso na Corte, que conduzirá os depoimentos. Esse grupo é composto por réus que teriam executado ações táticas, incluindo monitoramento de alvos e planos de sequestro e execução de autoridades.
Nesta quarta-feira, foram encerrados os depoimentos de todas as testemunhas dos quatro núcleos da trama golpista. Foram ouvidos os últimos nomes indicados pelas defesas do núcleo 3. Com isso, todas as testemunhas que se dispuseram a comparecer, indicadas pela acusação ou pelas defesas dos 31 réus, foram ouvidas.
Próximos passos
Está marcado para esta quinta-feira, 24 de julho, o interrogatório dos seis réus do núcleo 2. Eles são acusados de gerenciar ações estratégicas para o golpe, como a redação de uma minuta de decreto golpista e o uso ilegítimo da estrutura da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
No mesmo dia, serão interrogados também os sete réus do núcleo 4. Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), eles foram responsáveis por espalhar notícias falsas e desinformação. O objetivo era criar desconfiança nas urnas eletrônicas e no processo eleitoral, construindo um clima social favorável ao golpe.
Transmissão e procedimento
Os interrogatórios serão transmitidos ao vivo pela TV Justiça. Esse procedimento, embora comum em ações penais, é o primeiro a ser veiculado ao vivo pelos canais oficiais do Supremo em um caso como este.
O procedimento difere do adotado para as oitivas das testemunhas. Por ordem de Moraes, esses depoimentos não foram transmitidos, sendo acompanhados apenas por jornalistas em uma sala em Brasília. Com o encerramento, as gravações das falas das testemunhas dos núcleos 2, 3 e 4 devem ser anexadas aos autos de cada ação penal.
Divisão do caso
O caso da trama golpista foi dividido em quatro ações penais. Essa divisão foi feita pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, com autorização da Primeira Turma do Supremo. O procedimento foi justificado como uma forma de racionalizar e agilizar o processamento do caso, apesar de críticas das defesas.
Réus dos núcleos 2, 3 e 4
Confira abaixo quem são os réus:
Núcleo 2
Filipe Martins (ex-assessor de assuntos internacionais do ex-presidente Jair Bolsonaro)
Marcelo Câmara (ex-assessor de Bolsonaro)
Silvinei Vasques (ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal)
Mário Fernandes (general do Exército)
Marília de Alencar (ex-subsecretária de Segurança do Distrito Federal)
Fernando de Sousa Oliveira (ex-secretário adjunto de Segurança do Distrito Federal)
Núcleo 3
Bernardo Romão Correa Netto (coronel do Exército)
Cleverson Ney Magalhães (tenente-coronel)
Estevam Theophilo (general)
Fabrício Moreira de Bastos (coronel)
Hélio Ferreira (tenente-coronel)
Márcio Nunes de Resende Júnior (coronel)
Nilton Diniz Rodrigues (general)
Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel)
Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel)
Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel)
Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel)
Wladimir Matos Soares (policial federal)
Núcleo 4
Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército)
Ângelo Martins Denicoli (major da reserva)
Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente)
Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel)
Reginaldo Vieira de Abreu (coronel)
Marcelo Araújo Bormevet (policial federal)
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal)