Rondônia vem sendo apontada como protagonista natural de uma reação nacional contra as crescentes barreiras comerciais impostas ao Brasil sob o pretexto de exigências ambientais. Para especialistas e lideranças políticas, a soberania econômica brasileira está ameaçada por uma geopolítica verde que, em nome do meio ambiente, busca minar a competitividade de estados exportadores — com impacto direto sobre a economia rondoniense.
Produtos como carne, soja, café, pescado e madeira, que sustentam a balança comercial de Rondônia, tornaram-se alvos preferenciais dessa nova estratégia internacional. A crítica é que, enquanto o Brasil é rotulado como vilão ambiental, os reais interesses comerciais de potências globais são camuflados sob o verniz ecológico.
Apesar disso, o debate ainda avança de forma superficial em nível nacional, com parte da classe política dispersa em disputas ideológicas e reações meramente simbólicas. Em Rondônia, a apatia de alguns parlamentares preocupa, pois contrasta com a urgência do momento. “O Brasil não pode permitir que sua economia seja sabotada por narrativas externas que escondem interesses comerciais”, alertou o ex-presidente Michel Temer, nesta quinta-feira (24).
Analistas propõem que Rondônia lidere um movimento nacional, convocando sua bancada federal, secretarias estaduais, universidades, entidades de classe e setor produtivo para a construção de um plano estratégico de defesa comercial e institucional.
A proposta não é de negação ambiental, mas sim de equilíbrio e defesa legítima da soberania econômica brasileira. Rondônia, pela força do seu agro e pelas conquistas já consolidadas, tem autoridade e dever de puxar esse debate.
Entre os avanços recentes que tornam Rondônia referência no setor, destacam-se:
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Caravana do Agro Exportador, promovendo capacitação e acesso a mercados;
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Atuação da IDARON, que consolidou o estado como zona livre de febre aftosa sem vacinação;
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Reativação do Comitê de Comércio Exterior (Comex‑RO), fortalecendo o diálogo entre Estado e setor produtivo;
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Realização da Rondônia Rural Show, uma das maiores feiras do agro no Brasil;
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Participação em missões internacionais, como Anuga, Coffee Fest e Seafood Expo.
O estado também planeja uma nova ferrovia e melhorias logísticas, com foco na ampliação do escoamento da produção e no acesso a portos e rodovias estratégicas.
São ações estruturantes que não podem ser sabotadas por interesses externos, e que exigem, agora, liderança política, técnica e diplomática à altura. O alerta está feito. O futuro do agro e da soberania econômica depende da resposta que virá — e Rondônia está no centro dessa encruzilhada nacional.