O rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, conhecido como Oruam, de 25 anos, foi classificado como preso de alta periculosidade ao ingressar no sistema penitenciário do Rio de Janeiro. A informação consta na Guia de Recolhimento de Presos, elaborada pela Polinter e enviada à Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).
O documento faz parte do processo que levou à prisão preventiva do artista. Oruam se entregou à polícia na terça-feira (22), após mandado expedido pela Justiça. Ele foi indiciado por sete crimes, entre eles: tráfico de drogas, associação para o tráfico, resistência, desacato, dano, ameaça e lesão corporal. Segundo a Polícia Civil, ele tentou impedir a apreensão de um menor suspeito de tráfico e roubo na noite anterior à prisão.
A foto de identificação do rapper já foi inserida no sistema penitenciário. Tanto a imagem quanto a classificação foram divulgadas inicialmente pela Folha de S. Paulo e confirmadas pelo g1.
Classificação no sistema e destino de custódia
No RJ, os presos são classificados em quatro níveis de periculosidade: baixo, médio, alto e altíssimo. A definição considera antecedentes, reincidência, vínculos com facções criminosas e comportamento. Presos de alta ou altíssima periculosidade são monitorados pelo Cinperj (Conselho de Inteligência das Polícias do Estado do Rio de Janeiro).
Oruam foi enviado à Penitenciária Serrano Neves (Bangu 3), no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, e está custodiado na Ala A, destinada a presos “neutros”. Já a Ala B abriga chefes do Comando Vermelho (CV). O pai do artista, Márcio Santos Nepomuceno, conhecido como Marcinho VP, é apontado como uma das lideranças da facção e encontra-se no Presídio Federal de Campo Grande (MS).
Exame pericial e versão da defesa
Para evitar deslocamentos, a Polícia Civil realizou o exame de corpo de delito na própria sede da Polinter, na Cidade da Polícia, com acompanhamento do advogado Adalberto Santos Pereira.
Oruam negou ter sido agredido ou maltratado durante a prisão. Um ferimento na mão foi registrado — ele afirmou ter se machucado ao cair durante tentativa de fuga.
Audiência de custódia
Na quarta-feira (23), a juíza Rachel Assad da Cunha manteve a prisão preventiva, destacando que a audiência de custódia serve apenas para averiguar irregularidades na prisão, e não para rever decisões judiciais anteriores. Sem indícios de ilegalidade, o mandado foi validado.
Outros casos na mesma penitenciária
A Bangu 3 já recebeu outros artistas ligados ao tráfico. Entre eles, MC Poze do Rodo, que foi preso em maio de 2025 por apologia ao crime e associação com o tráfico. Liberado posteriormente, responde ao processo em liberdade. No sistema, ele se declarou alinhado ao Comando Vermelho, segundo a Seap.
Entre os presos de alta periculosidade da unidade estão Marco Antônio Pereira Firmino (My Thor), Leonardo Farinazo Pampuri (Léo Barrão), Alexander de Jesus Carlos (Choque) e Arnaldo da Silva Dias (Naldinho).