O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou nesta segunda-feira (21) a abertura de uma investigação sobre o suposto uso de informações privilegiadas — mecanismo conhecido como insider trading — envolvendo o tarifaço de 50% anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil. O pedido de investigação foi feito na semana passada pela Advocacia-Geral da União (AGU).
A solicitação da AGU está ligada ao inquérito em que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, é investigado por sua atuação junto ao governo norte-americano. Ele é suspeito de promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e ministros do Supremo, além de tentar barrar a ação penal sobre a trama golpista de 2022. Eduardo Bolsonaro pediu licença do mandato em março deste ano e se mudou para os Estados Unidos, alegando perseguição política.
Movimentações Atípicas e Prisão de Bolsonaro
O objetivo da AGU é investigar movimentações atípicas no mercado cambial brasileiro que ocorreram antes e depois do anúncio de Trump sobre a taxação de 50% das exportações brasileiras para os Estados Unidos, com início previsto para 1º de agosto. No despacho proferido hoje, Moraes determinou que o pedido da AGU seja desmembrado do inquérito de Eduardo Bolsonaro e tramite em sigilo.
Na última sexta-feira (18), no âmbito do mesmo inquérito, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF). Ele foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica e ficou proibido de sair de casa entre 19h e 6h. As medidas foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes após a Procuradoria-Geral da República (PGR) alegar risco de fuga do ex-presidente, que é réu na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022 e deve ser julgado pelo Supremo em setembro.