Crescimento da renda garante autonomia a beneficiários
Com aumento de renda por emprego estável ou empreendedorismo, cerca de 1 milhão de famílias deixaram de receber o Bolsa Família em julho. Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), das 1,7 milhão de vagas com carteira assinada criadas em 2024, 98,8% foram preenchidas por pessoas do CadÚnico. Entre os contratados, 1,27 milhão eram beneficiários do Bolsa Família.
Regra de Proteção alcança 536 mil famílias
Do total que deixou o programa, 536 mil famílias cumpriram o limite de 24 meses na Regra de Proteção — período em que o benefício é reduzido a 50% do valor, quando a renda familiar fica entre R$ 218 e meio salário mínimo por pessoa.
“São quase um milhão de famílias superando a pobreza neste mês. Isso é fruto de qualificação profissional e apoio ao empreendedorismo”, afirmou o ministro Wellington Dias, do Desenvolvimento e Assistência Social.
Retorno Garantido oferece segurança para quem precisar
Essas famílias passam a estar cobertas pelo mecanismo chamado Retorno Garantido. Caso voltem à situação de vulnerabilidade, têm prioridade para retornar ao Bolsa Família sem nova fila de espera.
“A pessoa sai do Bolsa Família, mas não do CadÚnico. Se perder o emprego, volta automaticamente ao programa”, explicou Wellington Dias.
Outras 385 mil famílias superaram o limite da Regra de Proteção
Além das que encerraram o ciclo de dois anos, mais 385 mil famílias ultrapassaram a renda de R$ 759 por pessoa, saindo voluntariamente do programa.
Histórias de superação pelo Brasil
Jaqueline Sousa, de 38 anos, foi uma dessas pessoas. Moradora do Riacho Fundo (DF), ela formalizou a saída voluntária em uma unidade do CRAS.
“Não é uma perda, é uma conquista. O Bolsa Família me ajudou durante anos. Agora tenho emprego com carteira assinada e a tendência é melhorar”, relatou.
Ela atua na organização de eventos sociais com apoio da Fiocruz, depois de anos trabalhando com recicláveis. “Quero estudar mais para servir de exemplo aos meus filhos e ao nosso país”, disse.
No Amazonas, Dayane também conquistou a independência
Dayane Carvalho, de 30 anos, mora em Careiro da Várzea (AM). Com apoio do programa, concluiu o curso de técnica em enfermagem e agora trabalha na UBS Mãe Vicência, às margens do Rio Solimões.
“Sou grata ao Bolsa Família. Foi através dele que consegui sustentar minha família e concluir os estudos. Hoje sou independente e espero que outras famílias consigam também”, afirmou.
Priscila Taveira retribui o apoio recebido
Aos 31 anos, Priscila Taveira também vive em Careiro da Várzea. Beneficiária por dez anos, hoje trabalha na Casa da Cidadania, onde atende moradores no cadastro de documentos e programas sociais.
“Foi essencial para mim enquanto não tive emprego. Hoje trabalho e me orgulho de estar ajudando outras pessoas”, afirmou.
Novas regras e expectativa para o futuro
Com a economia em crescimento, o Governo atualizou a Regra de Proteção, que passou de 24 para 12 meses. A mudança vale a partir de julho e já impacta 36 mil famílias que tiveram aumento de renda entre R$ 218 e R$ 706 per capita.
A expectativa do governo é que, até 2026, o Brasil saia novamente do Mapa da Fome, como ocorreu em 2014.
“O Bolsa Família, junto com o SUAS, o Programa de Aquisição de Alimentos e o Programa Cisternas, foi decisivo para que 24,4 milhões de pessoas saíssem da insegurança alimentar grave em 2023”, destacou Wellington Dias.
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