De 19 a 21 de junho, Guajará-Mirim sediou a Oficina de Práticas Básicas de Conservação Preventiva de Documentos em Arquivos – Fortalecendo o Registro de Memórias, ministrada pela artista plástica Sílvia Feliciano. A capacitação atraiu participantes de diversas áreas e teve como foco conscientizar a comunidade sobre a importância da preservação documental para fortalecer a memória cultural local.
O curso, realizado com recursos do Edital n.º 10/SEJUCEL-SIEC – Fomento para Produção de Artes Integradas Rondoniense, abordou técnicas acessíveis de conservação preventiva. Entre os temas, destacou-se a diferença entre conservação, restauração e intervenção, além de cuidados simples que podem garantir a longevidade de documentos e obras de arte.
Participantes elogiam a experiência e se comprometem com a continuidade do trabalho
A iniciativa surgiu da própria comunidade, que sentiu a necessidade de formação voltada ao manuseio adequado de registros históricos, especialmente diante da valorização do Festival Folclórico Duelo da Fronteira, considerado Patrimônio Cultural do Estado e do Município.
Camila Miranda, presidente do Boi-bumbá Malhadinho, comemorou a oportunidade:
“Foi uma experiência muito enriquecedora. Agora temos mais conhecimento para cuidar melhor dos nossos documentos”.
Patokwe Uru Arowa, produtor, artesão e ator indígena, destacou que pretende compartilhar o que aprendeu:
“Vou ensinar tudo que aprendi sempre que tiver oportunidade”.
A artista e professora Helena Mendonça reforçou a aplicação prática do conteúdo:
“Agora vou conseguir conservar melhor minhas obras de arte”.
Para Thaiz Lucksis, arquiteta e produtora cultural, a oficina trouxe um novo olhar sobre o patrimônio da cidade:
“É fundamental trazer essa conscientização para Guajará-Mirim. Precisamos saber onde estamos inseridos e cuidar do que temos antes que se perca”.
Rosa Solani, da Agremiação do Boi Flor do Campo, disse que o conhecimento chegou na hora certa:
“Temos um acervo grande, mas faltava orientação técnica. Agora, com o que aprendemos, sabemos como preservar de forma correta”.
Artista destaca importância da formação preventiva
Formada em Belas Artes e com especialização em conservação de documentos em Lisboa, Sílvia Feliciano idealizou a oficina ao perceber a carência de profissionais qualificados para atuar na preservação de acervos culturais.
“Cada documento é único. Mostrar que a conservação preventiva é mais viável e pode ser feita por quem detém a guarda é essencial. Pequenos cuidados com ventilação, limpeza e controle de umidade já fazem diferença”, explicou Sílvia.
Essa foi a segunda edição da oficina, que teve sua primeira versão em Porto Velho. A artista afirma que o projeto seguirá com uma versão aprimorada em sua próxima etapa.