O governo federal autorizou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a comprar até 6,8 mil toneladas de fécula e farinha de mandioca da safra de 2025, em uma ação voltada ao apoio direto aos produtores rurais. A autorização foi concedida pelos ministérios da Agricultura e Pecuária (Mapa), Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) e da Fazenda (MF), com recursos da ordem de R$ 20 milhões.
A medida atende agricultores do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo, que concentram cerca de 1/3 da produção nacional da raiz de mandioca e 95,3% da capacidade instalada de fécula no país.
Aquisição garante preços mínimos
A operação será realizada via Aquisição do Governo Federal (AGF), instrumento da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM), que assegura ao agricultor uma rentabilidade mínima, evitando perdas em contextos de preços abaixo do mercado, como o atual.
Segundo o Manual de Operação da Conab, os limites de venda por produtor são:
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105 toneladas de farinha (equivalente a 2.100 sacas de 50 kg)
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90 toneladas de fécula (equivalente a 3.600 sacas de 25 kg)
Os produtos adquiridos deverão seguir padrões de qualidade exigidos e serão armazenados em unidades próprias ou credenciadas pela estatal.
Como participar da venda
Para vender à Conab, o produtor deve:
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Estar cadastrado no Sistema de Cadastro Nacional de Produtores Rurais (Sican)
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Procurar a regional da Conab no seu estado para receber orientações
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Preencher os formulários e apresentar os documentos exigidos
Apoio em meio à queda de preços
A decisão é uma resposta à queda dos preços da mandioca e da fécula, motivada por aumento da oferta e altos estoques industriais. Muitos agricultores intensificaram a colheita para liberar áreas para arrendamento, pressionando os preços para baixo.
A compra pública ajuda a retomar os estoques oficiais do governo federal e promove maior estabilidade ao setor, principalmente aos pequenos e médios produtores da região Centro-Sul.