O setor de análises clínicas vive um momento de expansão. De acordo com dados da consultoria internacional Mordor Intelligence, o mercado mundial deve alcançar US$ 34,79 bilhões até 2029, o que representa uma taxa média de crescimento anual de 20,96%.
Segundo a pesquisa, a pandemia de Covid-19 foi responsável por acelerar a adoção de soluções digitais e fortalecer a cultura de monitoramento regular da saúde individual em todo o mundo, fatores que têm contribuído para esse crescimento.
No Brasil, o envelhecimento da população e o aumento da conscientização sobre prevenção e diagnóstico precoce ampliam a procura por exames laboratoriais e de imagem. Além disso, tem sido observada a retomada de exames que foram adiados durante os períodos mais críticos da pandemia.
A presidente do Grupo Sabin, Lidia Abdalla, explica que as pessoas passaram a monitorar mais de perto a saúde e a adotar uma postura mais preventiva. Em dados divulgados à imprensa, destaca que a receita da empresa em análises clínicas e exames de imagem cresceu 12,4% em 2023, sem considerar os exames de Covid-19.
Já no primeiro semestre de 2024, a alta foi de 10% em relação ao mesmo período do ano anterior. Nos últimos anos, o grupo Sabin tem implementado exames novos em genômica e biologia molecular, além de investimentos em equipamentos de imagens com Inteligência Artificial (IA).
O levantamento mais recente da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) também aponta para um cenário de aquecimento. Segundo o Painel Abramed 2024, o total de exames realizados no Brasil em 2023, somando os sistemas público e suplementar, chegou a 2,4 bilhões, um aumento de 11% em relação ao ano anterior.
Com alta da demanda, setor aposta em modernização
Para atender a essa demanda, empresas e laboratórios vêm investindo em inovações tecnológicas, aprimorando processos e adotando plataformas digitais para agendamento e consulta de resultados.
De acordo com informações da Lab Vital, a tendência é que esse ritmo de crescimento continue nos próximos anos. As previsões da empresa para o setor até 2025 são otimistas, sustentadas pela longevidade da população brasileira, pelo avanço da telemedicina e pelo desenvolvimento de tecnologias que revolucionam o modo como os exames são realizados e interpretados, fazendo com que eles sejam mais eficientes e acessíveis.
A adoção de práticas sustentáveis e a implementação de sistemas de gestão integrados também vêm aprimorando os processos internos e otimizando recursos, conforme explica a empresa, o que fortalece a competitividade do setor e garante maior sustentabilidade a longo prazo.
A digitalização do setor, contudo, também traz desafios. A Lab Vital aponta que a falta de regulamentação e padronização ainda é um desafio a ser superado, o que pode impactar a qualidade dos serviços prestados.
Além disso, a colaboração entre equipes multidisciplinares qualificadas é indispensável em um cenário de alta demanda por exames especializados. Para ajudar na organização desses fluxos complexos, as instituições podem adotar ferramentas como o fluxograma gratuito, que contribui para a visualização dos processos laboratoriais, melhorando a comunicação interna e a eficiência nas entregas.
Tecnologia, IA e análise preditiva estão entre as tendências
Entre as principais tendências apontadas para o setor de análises clínicas está a consolidação da análise preditiva. Segundo a Mordor Intelligence, este subsegmento deve crescer impulsionado pelo uso de dados históricos combinados com técnicas, como modelagem estatística e aprendizado de máquina. A aplicação dessas ferramentas permite prever desfechos clínicos com mais precisão e tomar decisões personalizadas para cada paciente.
Outra tendência em destaque é a integração de IA e Big Data nos processos laboratoriais. As tecnologias já vêm sendo utilizadas para melhorar a precisão dos diagnósticos e reduzir o tempo entre a coleta do exame e a entrega dos resultados. Combinadas à telemedicina, elas ampliam o acesso a serviços especializados, mesmo em regiões mais afastadas.
A perspectiva é que o setor continue se expandindo com base em tecnologia, prevenção e qualidade assistencial. Para isso, o estudo aponta que será fundamental manter investimentos em inovação e em capacitação profissional, além de buscar soluções que garantam a segurança e a qualidade dos processos em meio a uma demanda cada vez maior.