Em Brasília, nesta segunda-feira (14 de julho de 2025), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), repreendeu o advogado Jeffrey Chiquini, que defende Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais de Jair Bolsonaro. O episódio ocorreu durante uma audiência do processo da trama golpista, enquanto o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, prestava depoimento.
Tentativa de Adiar Oitiva
No início da oitiva, Jeffrey Chiquini pediu a suspensão da audiência. O advogado alegou não ter tido tempo suficiente para analisar diversos documentos da investigação, enviados recentemente pela Polícia Federal (PF) ao Supremo. Moraes negou o pedido.
Quando o defensor tentou apresentar novos argumentos para reverter a decisão, o ministro o interrompeu. “Enquanto eu falo, o senhor fica quieto”, disse Moraes.
Debate sobre Divisão dos Núcleos
Em outro momento, o ministro criticou o advogado por tentar questionar a forma como a Procuradoria-Geral da República (PGR) dividiu a acusação da trama golpista em quatro núcleos. Moraes afirmou que “não é o senhor que vai dizer se seu cliente deve ser denunciado no núcleo 1, 2 ou 3”. Ele sugeriu, inclusive, que o defensor “deveria prestar concurso público” se quisesse contestar a PGR.
Confirmação da Minuta Golpista
Durante seu depoimento, Mauro Cid confirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve contato com a minuta golpista e leu o documento. Segundo Cid, Bolsonaro chegou a pedir alterações no plano, que previa a decretação de novas eleições e a prisão de ministros do STF, incluindo o próprio Alexandre de Moraes, em 2022.