A diretora Socioambiental do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Tereza Campello, assegurou nesta quarta-feira (9) que a COP30 trará transformações estruturais para Belém, a cidade-sede do evento. Ela defendeu que os investimentos não são apenas uma “maquiagem” para os visitantes, mas sim obras estratégicas que impactarão a vida de 500 mil pessoas.
BNDES Foca em Obras Estruturais para a COP30
Tereza Campello, em seminário no Rio de Janeiro, destacou que as intervenções do BNDES estão focadas em áreas vulneráveis de Belém, frequentemente atingidas por alagamentos. “Todas as nossas intervenções estão fora das áreas onde os turistas vão passar, provavelmente ninguém vai ver as obras que estamos fazendo. Belém vai deixar de ter 500 mil pessoas que vivem em situação de risco”, afirmou.
A diretora enfatizou a natureza estratégica dos investimentos. “Não estamos fazendo isso para maquiar Belém, são obras estruturais, investimentos super estratégicos”, acrescentou. Segundo Campello, apenas duas das obras do BNDES estão localizadas no chamado “polígono da COP30”, a área de circulação dos participantes do evento.
Belém e os Desafios da Amazônia na COP30
Campello também respondeu às críticas sobre a preparação de Belém para a COP30. Ela explicou que a escolha do presidente Lula pela capital paraense visava mostrar a realidade da Amazônia, com seus desafios históricos de saneamento. “Ele sabia dos desafios não só logísticos, mas que são históricos, né, do Norte do país com relação ao saneamento e o que o mundo ia acabar vendo. Eu acho que o que ele queria era isso mesmo, que o mundo visse uma Amazônia não idílica”, defendeu.
A questão da hospedagem na cidade, um ponto levantado por críticos, também foi abordada pela diretora. Ela garantiu que o BNDES e o governo federal estão trabalhando ativamente para solucionar o problema. “É um problema que nós temos que resolver mesmo. E estamos batalhando para que isso aconteça”, disse Campello.
Modelo de Investimento da COP30 em Belém Poderá Ser Replicado
O modelo de investimento adotado em Belém para a COP30 poderá servir de exemplo para outras cidades brasileiras. Conforme Tereza Campello, essa abordagem pode ser replicada para ajudar locais vulneráveis a se adaptarem aos efeitos das mudanças climáticas, como o calor extremo e os alagamentos.
“Estamos investindo e apostando em poder ter esse perfil de investimento em outras cidades brasileiras. Sabemos que a agenda de adaptação não é uma agenda trivial, é estratégica para o mundo”, pontuou a diretora. No entanto, ela ressaltou a necessidade de mais recursos para viabilizar esses investimentos em larga escala, especialmente para países em desenvolvimento, que são os mais afetados pelas consequências das mudanças climáticas.
A Conferência das Nações Unidas para Mudanças do Clima (COP30) está agendada para novembro deste ano em Belém. O evento é crucial para as discussões globais sobre medidas para conter o aquecimento global, impulsionado pela queima de combustíveis fósseis, e mitigar seus impactos desastrosos.