A Secretaria de Saúde do Distrito Federal confirmou a detecção de dois casos de raiva em morcegos na região. Os laudos, divulgados em um comunicado de risco, indicaram positividade para o vírus em um morcego recolhido em Sobradinho no dia 5 de julho de 2025 e em outro encontrado em Planaltina três dias antes.
Ambos os animais pertencem à espécie Artibeus lituratus, popularmente conhecida como morcego-da-cara-branca, cuja alimentação é baseada em frutos. Segundo a secretaria, os morcegos infectados tiveram contato exclusivamente com cães, sem registro de exposição humana.
“Diante do cenário epidemiológico atual, que evidencia a circulação do vírus da raiva em morcegos do Distrito Federal, e considerando a altíssima letalidade da doença – aproximadamente 100% – torna-se imprescindível intensificar as medidas de prevenção, vigilância e controle”, destacou a Secretaria de Saúde.
Nos próximos dias, a vigilância sanitária instalará armadilhas para morcegos, a fim de realizar estudos laboratoriais. A orientação à população é clara: em caso de contato direto ou encontro de morcegos caídos ou suspeitos em qualquer área, a comunicação imediata aos órgãos responsáveis é fundamental para que as providências adequadas sejam tomadas.
Recomendações Essenciais para a População
A Secretaria de Saúde listou uma série de recomendações importantes para os moradores do Distrito Federal:
Acionar a equipe de zoonoses: Ligar para (61) 3449-4432/4434 ou Disque Saúde (160) ao encontrar morcegos ou animais silvestres caídos ou com comportamento alterado, sem tentar tocá-los ou manipulá-los.
Vacinação animal: Manter a vacinação anual de cães e gatos em dia, aproveitando as campanhas da secretaria, e garantir a vacinação de rebanhos, acompanhada pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri).
Evitar contato com animais silvestres: Não tocar, alimentar ou manter animais silvestres em casa, pois a circulação do vírus nessas espécies é imprevisível.
Em caso de acidente: Se houver mordida, arranhadura ou lambedura por morcegos, animais silvestres ou desconhecidos, lavar o ferimento com água e sabão e procurar uma unidade de saúde imediatamente para avaliação e possível profilaxia com vacina.
Para mais informações sobre a raiva, profilaxia antirrábica, recolhimento de animais e locais de vacinação, a população pode acessar o endereço eletrônico da Secretaria de Saúde. Dúvidas específicas podem ser esclarecidas pelos telefones (61) 3449-4439 ou pelo e-mail raivahumanadf@saude.df.gov.br.
O Perigo da Raiva: Entenda a Doença
A raiva é uma doença viral que afeta o sistema nervoso central de mamíferos, incluindo seres humanos, e é causada por um Lyssavirus. A enfermidade provoca uma encefalite progressiva e, em praticamente todos os casos, é fatal.
A transmissão ocorre principalmente através da saliva de um animal infectado, seja por mordedura, arranhadura ou, em alguns casos, lambedura em mucosas ou pele com lesões. Uma vez no local da lesão, o vírus se move pelas terminações nervosas até o cérebro, onde se replica, e então migra para as glândulas salivares, sendo eliminado para o ambiente.
Infelizmente, uma vez que o quadro neurológico da raiva se instala, não há tratamento com eficácia comprovada. Há apenas registros experimentais de cura em raríssimos casos globais, que resultam em sequelas graves e permanentes. Por essa razão, a única estratégia eficaz para o controle da doença em humanos é a realização de esquemas de profilaxia, que incluem a administração de vacina e soro, conforme as diretrizes do Ministério da Saúde e recomendações internacionais.