Um novo boletim divulgado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura revelou o tamanho e os desafios do setor pesqueiro em Rondônia. O estado conta com 10.539 pescadores profissionais registrados, a maioria esmagadora – 92,7% – concentrada em cidades como Porto Velho, Guajará-Mirim, Ji-Paraná e Ariquemes. O levantamento reforça a importância social e econômica da pesca no estado, especialmente nas regiões ribeirinhas e de forte tradição extrativista.
Apesar da representatividade, a pesquisa escancara a dura realidade enfrentada por quem vive da pesca. Cerca de 84% dos pescadores no Brasil têm uma renda mensal de até R$ 1.045, valor abaixo do salário mínimo. Isso também se reflete em Rondônia, onde muitos profissionais dependem do seguro-defeso, benefício pago durante o período em que a pesca é proibida por causa da reprodução dos peixes.
O boletim revela que, no último ano, cerca de 1,1 milhão de pescadores no Brasil receberam o seguro-defeso. Só os estados do Norte e Nordeste concentram a maior parte dos trabalhadores da pesca do país, com destaque para Maranhão, Amazonas, Pará e Bahia – que juntos somam 68,3% dos registros nacionais.
Em Rondônia, a pesca não é apenas tradição, é também sobrevivência. Mas os dados mostram que ainda falta incentivo, estrutura e políticas públicas voltadas para garantir dignidade e renda justa a quem tira o sustento das águas dos rios amazônicos.