Na imagem, Txai Suruí surge carregando um tronco de madeira em um dos ombros. Apesar do peso, Txai sorri e segue em frente, firme em seu propósito. A cena é mais do que um gesto comunitário; representa também um momento único para os cerca de 800 indígenas que vivem na Terra Indígena do Pico do Jaraguá, localizada na zona oeste de São Paulo (SP).
Na manhã desta sexta-feira (20), foram concretizados os marcos demarcatórios da TI. A cena, na presença da líder indígena rondoniense, apontada como a voz da Amazônia para o mundo (Walelasoetxaige), gerou um misto de orgulho. “Momento importantíssimo para a demarcação do Jaraguá”, disse Neide Cardozo, mãe de Txai.
Era ao mesmo tempo a representação de uma luta em parte vencida pelos indígenas da etnia Guarani. “Estamos muito emocionados com a demarcação da Terra Indígena Jaraguá”, declarou Neidinha Suruí, uma das indigenistas mais importantes e atuantes de Rondônia na Amazônia.
De acordo com informações do site “Terras Indígenas do Brasil”, a Terra Indígena Jaraguá, na Mata Atlântica de Osasco, nos arredores da Grande São Paulo, concentra os povos Guarani Mbya e Guarani Ñandeva.
Nos últimos anos, após intensa resistência dos indígenas, a justiça de São Paulo anexou 532 hectares à área da Terra Indígena (TI), elevando-a para um total de 533,7 hectares. Mesmo assim, a TI permanece uma das menores do país. Assim como muitos indígenas brasileiros, incluindo os da Amazônia, o povo Guarani do Jaraguá também enfrenta problemas estruturais básicos. Apesar do preconceito e das dificuldades, eles buscam manter vivas suas tradições.
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