Produtores rurais de Cujubim, especificamente quem mora na Estação Ecológica Soldado da Borracha, seguem acampados às margens da BR-364, no entroncamento da cidade, em um protesto que começou com o bloqueio da rodovia nesta quarta-feira (11). Durante a manifestação, apenas ambulâncias e cargas vivas tiveram passagem liberada, num ato pacífico que chamou a atenção das autoridades.
A mobilização cobra ações concretas para resolver impasses fundiários. A principal queixa dos produtores é que a reserva foi criada sem consulta nem indenização aos moradores. Mesmo com o decreto anulado pelo governo de Rondônia, o Ministério Público insiste em manter a área intocável, travando a vida de quem tira o sustento da terra. Sem poder emitir GTA, sem acesso ao crédito rural e impedidos de plantar ou vender, muitos estão no limite da sobrevivência. Há registros de caminhões com gado parados por dias no sol, até parte dos bois morrerem de sede e fome — um prejuízo que ninguém vai pagar.
Uma reunião realizada nesta quarta-feira (11) envolvendo representantes da Assembleia Legislativa, Casa Civil de Rondônia, Tribunal de Justiça, PRF e uma comissão de agricultores resultou em um acordo: o TJRO ficou de indicar até segunda-feira (16) os juízes que vão atuar na mediação do conflito. Em troca, os produtores concordaram em manter a rodovia livre — por enquanto.
Apesar da liberação da estrada, o clima no acampamento é de tensão e vigilância. Os manifestantes prometem ficar no local até a data combinada, aguardando o cumprimento do combinado. Caso contrário, avisam: “Segunda-feira, se nada mudar, a BR-364 fecha de novo!”.
Uma nova reunião entre os acampados está marcada para esta quinta-feira (12), às 7h da manhã no terreno do acampamento. Até lá, o trânsito segue normal, mas o alerta está dado: o campo não vai recuar sem resposta concreta das autoridades.