O clima é de revolta entre os produtores rurais da região de Cujubim, em Rondônia. Desde as 10 horas da manhã desta terça-feira (10), agricultores acampados às margens da BR-364 denunciam que a manifestação pacífica contra os prejuízos causados na Estação Ecológica Soldado da Borracha vem sendo minada por ações da própria Força de Segurança do Estado. Segundo relatos, a Polícia Militar montou barreiras em estradas vicinais, impedindo que mais pessoas se somassem ao ato, o que deixou os manifestantes indignados e acusando o governo de tentar “calar quem produz”.
A principal queixa dos produtores é que a reserva foi criada sem consulta nem indenização aos moradores. Mesmo com o decreto anulado pelo governo de Rondônia, o Ministério Público insiste em manter a área intocável, travando a vida de quem tira o sustento da terra. Sem poder emitir GTA, sem acesso ao crédito rural e impedidos de plantar ou vender, muitos estão no limite da sobrevivência. Há registros de caminhões com gado parados por dias no sol, até parte dos bois morrerem de sede e fome — um prejuízo que ninguém vai pagar.
Vídeos divulgados enviados ao News Rondônia mostram a abordagem de grupos que tentavam chegar ao local do protesto. De acordo com a PM, o objetivo era “avaliar o tom do movimento”, mas a ação foi interpretada como intimidação. Após pressão, o deputado estadual Alex Redano foi até a manifestação e anunciou que, enquanto o ato estiver de pé, não haverá mais barreiras nem fiscalização para atrapalhar a mobilização. “É um direito do povo se manifestar”, declarou o parlamentar em um vídeo.
A manifestação segue com bloqueio parcial do tráfego de veículos. Ambulâncias estão recebendo prioridade na passagem assim como pessoas que comprovam tratamento de saúde na capital.
Em relação a denúncia de sabotagem, até o momento as Forças de Segurança de Rondônia não se manifestaram.
A assessoria de comunicação da Polícia Militar entrou em contato com Jornal Eletrônico News Rondônia e explicou que não houve intimidação por parte dos policias, e que ocorreu somente abordagens e revistas para manter a segurança e impedir que pessoas participassem da manifestação armadas.