A partir do meio-dia desta quinta-feira (5), estudantes de diversos cursos da Universidade Federal de Rondônia (Unir) se reunirão em protesto para exigir melhorias no campus universitário, localizado na BR-364, km 9,5, setor rural de Porto Velho. A pauta estabelecida pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) visa fazer com que os representantes da entidade federal cumpram as melhorias já exigidas em manifestações anteriores, como a responsabilização da atual empresa contratada pela Unir para gerir o Restaurante Universitário (RU).
Desde 2023, estudantes denunciam a empresa por diversas irregularidades na preparação dos alimentos servidos aos alunos, principalmente no horário do almoço (12h). Inclusive, existe um grupo de WhatsApp onde os próprios estudantes reúnem documentos que comprovam as irregularidades desde a inauguração, ocorrida em 22 de março de 2024.
Na tarde da quarta-feira (4), alunos percorreram os pavilhões pedindo apoio dos demais colegas para que integrassem a manifestação prevista para às 12h em frente ao Restaurante Universitário. “Trazemos essa pauta do RU novamente, pois estamos diante de uma morosidade por parte da atual representação da Unir. Exigimos melhorias; afinal, lutamos muito para conquistar este restaurante. Eles nos servem como se fôssemos porcos, vivem nos servindo abóbora. O alimento não tem gosto. Nos servem um frango com um odor horrível, e a carne vai parar no lixo, pois os próprios alunos não conseguem comê-la. Não podemos cruzar os braços e deixar que a ‘política’ de quem mostra a Unir de foram correta transcorra normalmente. Temos hoje uma reitora política, que só enxerga o que deseja enxergar da sala para os gabinetes, e não está aqui dentro para saber as reais dificuldades dos alunos. Aliás, sugiro a ela (a reitora) e aos representantes das pró-reitorias que venham um dia desses almoçar aqui no Restaurante Universitário para sentirem juntos o gosto do alimento que a empresa contratada nos servem”, desabafa o estudante de Pedagogia que pediu anonimato na sua identificação.
Além da cobrança por melhorias no RU, hoje os alunos também prometem cobrar o governo federal, que, segundo eles, tem estabelecido cortes de verba nas universidades federais em todo o Brasil. Essa medida poderá prejudicá-los, principalmente no pagamento dos programas de bolsas. A alegação é que o envio de verbas, feito mensalmente pelo governo às universidades, pode prejudicar o pagamento das bolsas e o cumprimento das obrigações financeiras. De acordo com a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), limitar a execução mensal e liberar parte do orçamento somente em dezembro inviabilizaria a continuidade das atividades estudantis.
Também em nota, a instituição reconhece o esforço do Ministério da Educação (MEC) junto as pautas solicitas, mas aponta os cortes durante o governo Bolsonaro e que veem ainda afetando o fluxo dentro das universidades em todo o país.
Em relação à cobrança, o governo federal respondeu que não deixará de fazer o repasse, apenas mudou a forma de envio da verba para as universidades, que ocorrerá em três momentos: novembro e dezembro. Por sua vez, o MEC, volta a culpar o governo Bolsonaro pelo quase “desmantelamento” das instituições e que recaem no cenário atual. Segundo o órgão em entrevista à CNN Brasil informo que, existe “a necessidade de manutenção de infraestrutura das universidades federais não é um desafio atual e decorre da política implementada nos últimos anos, desde 2016 a 2022, que reduziu drasticamente os valores para manutenção e investimentos nas instituições federais de ensino superior.”
