Diante dos resultados trazidos pelos sistemas meteorológicos mais completos do mundo, pesquisadores do clima não descartam que o fenômeno La Niña esteja entre nós a partir do trimestre de junho, julho e agosto. “A gente observa uma curva de declínio, ou seja, todos os modelos concordam que haverá um resfriamento, pelo menos a maioria deles indica que haverá um resfriamento nos próximos meses”, confirma a meteorologista do Instituto MetSul, Estael Sias.
Ainda de acordo com os estudos de uma das maiores meteorologistas do país, os prognósticos pela maioria dos sistemas detectam a presença do evento, “possivelmente entre os meses de junho, julho e agosto, no trimestre de inverno. É muito provável que o La Niña seja decretado no inverno de 2024”, confirma Sias.
Quanto ao El Niño, Sias, do MetSul, informa que o fenômeno praticamente chegou ao limite. “Essa componente oceânica chegou ao fim, ou seja, o Oceano Pacífico Equatorial não apresenta mais aquecimento em patamares de El Niño”.
Estael explica que o El Niño, que tanto mexeu com o clima nos estados da Amazônia, “é um fenômeno que começa no oceano com o aquecimento sustentável e de muitas semanas seguidas. Esse aquecimento em consequência na atmosfera altera o regime de chuvas e das temperaturas em várias partes do mundo”, pontua.
Se os efeitos do El Niño são pontuados pelas fortes ondas de calor, redução das chuvas ou, em determinadas regiões, o aumento delas, principalmente agora que os pesquisadores associam o clima ao aquecimento global, o La Niña já apresenta um cenário inverso, tendo como consequência o resfriamento das águas do Oceano Pacífico.
Além disso, na célula do fenômeno, as temperaturas devem baixar mais nas áreas do Nordeste, Norte e Centro-Oeste. No Nordeste, as chuvas marcam presença durante o efeito climático. Porém, em pontos localizados no Leste, o forte calor mexe com a temperatura, inclusive impactando diretamente na agricultura.
Na Amazônia, os efeitos ocorrem com o aumento das chuvas. Para os meteorologistas, El Niño e La Niña funcionam como uma combinação de climas, mas em estações diferentes. Na prática, funciona assim: Sol no inverno e muitas chuvas no verão. É o momento oportuno da estreia do fenômeno La Niña. Com informações do MetSul Meteorologia e Olhar Digital.