O Senador Marcos Rogério (PL) desperdiçou grande oportunidade de questionar o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, durante sabatina na Comissão Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal realizada hoje (13). Rogério preferiu fazer um discurso relembrando falas de Dino contra o “bolsonarismo” e “ideologias de direita”.
No início de sua participação na Sabatina, Rogério disse que não faria perguntas a Flávio Dino, indicado de Lula (PT) para vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), “posto o conhecimento dos fatos públicos (…) questionamento que a gente faz a quem não conhece”. Na ocasião da justificativa, Marcos informou que votaria contrário à indicação de Lula.
No discurso, o senador de Rondônia avaliou os posicionamentos do ministro no âmbito do julgamento político e citou referências sobre conduta do STF. “O tribunal passou a ser ativista de pautas contra majoritárias, e não é obrigado a fazer o contrário assim que determina a constituição como no caso das drogas, do aborto, do marco temporal e dos inquéritos das Fake News. Como aceitar isso no estado brasileiro?”, questionou.
Em determinado trecho, Marcos Rogério disse que a fala de Dino revela ser outra pessoa. “Mas avaliou que o indicado transmite a esperança de que faria “tudo diferente” como juiz”.
“Um senador da base do governo me disse: Você não conhece o Flávio Dino como eu conheço (…) Tomara que eu esteja equivocado! Talvez venha a essa tribuna e diga ao Brasil que estava errado em relação ao julgamento que fiz ao ministro Flávio Dino, pois terei humildade para isso. Tudo que o senhor falou aqui, isso a gente prega todos os dias, é a esperança ao indicado para o STF. Mas quando olho para a trajetória, as falas, aí eu tenho a distância de uma postura e outra”, disse Rogério.
Sobre alguns temas abordados no discurso do senador, Flávio Dino rebateu em alto e bom som um em especial: A visão de Rogério sobre atuação dele como ministro. “Fui governador de um estado, que governador com 14 partidos diferentes, inclusive de direita, me apoiou na reeleição e depois para o senado. O seu partido o PL me apoiou. O União Brasil me apoiou para o Governo do Estado. Então, não há de fato base material sobre a sua visão, que discordo, sobre a minha atuação”, respondeu Dino.
Dino ofertou ao senador rondoniense uma trajetória de vida honrada, gabaritando o posto ao STF e disse que respeita o posicionamento do senador.
“Em relação aos ataques, lendas sobre audiências que não aconteceram, não configura nenhuma materialidade. Oferto ao senhor, em respeito ao seu voto contra, ofereço uma vida limpa, ampla, com diálogo, honrada onde caminhei como juiz e membro de conselho da classe dos juízes. Essa é a vida real, mais respeito a sua posição ideológica de vossa excelência”, concluiu Flávio.
Após as considerações com Flávio Dino, o senador mirou seu questionamento ao subprocurador-geral da República, Paulo Gonet, para chefiar a Procuradoria-Geral da República (PGR).