Após oito anos dedicando-se a estudar e seguir os passos deixados pelo Marechal Rondon, o pesquisador e historiador, Lourismar Barroso, tem realizado alguns feitos. Dentre esses, obteve informações sobre a existência de uma rocha em que Rondon teria fotografado juntamente com Teodoro Roosevelt durante Expedição Científica no Rio da Dúvida (1913 a 1914) o qual tempos após, denominou-se Rio Roosevelt.
Certo dia, a professora Marciana mostrou-me a imagem da referida rocha, embora não soubesse exatamente a localização, tinha pleno conhecimento que essa rocha localizava-se dentro da Reserva Roosevelt. A primeira pessoa que fez o registro da rocha foi o caseiro da fazenda Campo Verde por nome Marcelo, amigo da professora.
Quando a professora procurou-me para mostrar a imagem, disse que pretendia conhecer o local pessoalmente para comprovar a veracidade. Depois de mais ou menos 40 dias, preparei a logística e nos encontramos para realizar a descoberta.
O dia começou às 6h da manhã. Levantei, tomei o café que eu mesmo preparei, arrumei as coisas e segui para o encontro marcado. O trajeto até a referida rocha é de aproximadamente 84 km de estrada de chão, muita poeira, cascalhos soltos nas laterais da pista, correndo o risco iminente de cortar os pneus. Seguimos por uma estrada cheia de vicinais, parecendo um queijo suíço. quem é da região tem pleno conhecimento das dificuldades para dirigir e manobrar o carro diante das condições dessas estradas. Quem não conhece corre o risco de se perder, pois há muitas vicinais. Quando nos deparamos, estávamos a 98 km de Vilhena.
Depois de 3 horas de viagem por essa estrada de chão, chegamos ao nosso destino, fomos direto conhecer a rocha. Após avaliar a estrutura e analisar a imagem da foto tirada durante a Expedição Científica, constatei que era real, exatamente igual à da fotografia. Aproveitei e simulei a mesma imagem fotografada por Rondon e Roosevelt, não deixando escapar nenhum detalhe desse momento magistral.
A base da rocha é de arenito e calcário, a parte superior é uma lâmina de rocha sedimentar. Toda estrutura está sobre um terreno de rocha sedimentar. O local é privilegiado com destaque para um ponto de observação. A base é formada por pequenos blocos que estão se desprendendo, comprometendo assim a sua estrutura. Muitos seixos espalhados no entorno dão a entender que o local já foi revirado.
O proprietário da fazenda Campo Verde, fez revelações de que periodicamente aparecia animais mortos boiando sobre águas do rio Roosevelt. Deixando uma clara evidência que tudo que cai ou passa pela cachoeira vem sem vida. Essa mesma cachoeira ceifou a vida do experiente canoeiro por nome Simplício durante a Expedição Científica, sendo a primeira baixa do grupo do Rondon.
Inclusive presenciou jacaré açu de 5 metros boiando ao cair na cachoeira, tartarugas, cobras. O que mais o impressionou, foi um grupo de 40 ou 50 porcos do mato que foram levados pela correnteza do rio, vindo a cair na cachoeira. Todos perderam a vida. Foi uma tristeza desmedida ver todos aqueles animais mortos no rio. O local se tornou uma podridão. O mal cheiro atraiu milhares de urubus que fizeram um banquete por semanas.
Segundo Nego (esposo da professora Marciana), moradores disseram ter encontrado peças de Jeep espalhados próximos ao rio Roosevelt e que uma pista para pouso de avião foi aberta na floresta para trazer as peças de substituição para o jeep da Comissão da linha Telegráfica de 1907 a 1909.
Durante a Comissão da Linha Telegráfica de 1907 a 1909, é fato que a Comissão Rondon usou um jeep na empreitada, muito embora tivesse suas limitações, quebrava peças e apresentava muitos problemas.
Foi quando seu genro, o Major Amarante, teve a brilhante ideia de calçar as rodas do jeep com madeira para transpor a região de areia e pântanos. A invenção foi usada na Segunda Guerra Mundial (1939-1945) como tanques de guerra com esteira.
Desta forma, é verídica a existência dessa engenharia que deixou seus vestígios comprovados durantes a passagem pela região arenosa. Hoje, uma miniatura desse jeep se encontra no Memorial Rondon em Porto Velho – Rondônia.

Foto: Lourismar Barroso
Os moradores disseram ter encontrados alguns pilares que Rondon costumava fincar para demarcar o território e o local, inclusive a placa com o nome Roosevelt.

Após algumas horas no local, retornamos para a cidade com dever cumprido, a alegria e a satisfação de ter encontrado a rocha que foi fotografada por Rondon e Roosevelt durante a Expedição Científica de 1913 a 1914.