Era por volta das 23h, da segunda-feira, (04), quando um automóvel parou no trecho entre as ruas Petrolina e Vila Mariana, bairro Mariana, exatamente nas proximidades da rotatória. Do veículo, um homem se desfaz de um cão de porte pequeno, jogando o animal da janela em plena via pública.
Passando pelo local, uma testemunha presenciou a crueldade. “Eu estava dentro do comércio lavando, ao sair eu vi só o reflexo do “cara” jogando o cachorro” e já saiu “voado”, disse a testemunha que terá a identidade preservada.
NÃO ERA O CÃO TARÔ QUE SEGUE DESAPARECIDO
O cão, trata-se de um Spitz Alemão, provavelmente de um cruzamento com outra espécie. Como na internet existe a procura por um cachorro da mesma raça, a testemunha acionou os donos do cão Tarô. Como já era tarde da noite, eles foram ao local no dia seguinte, mas infelizmente constataram que não era o animal de estimação. Tarô segue desaparecido desde o dia 02 de julho após fugir da sua residência, no Conceição, zona Sul.
Extremamente debilitado, o animal foi socorrido e levado para uma clínica veterinária. Ele foi medicado com antibiótico e soro para tentar sair do quadro em que se encontrava. Também teve recolhido material sanguíneo que constatou (herliquiose canina), mas conhecida como a doença do carrapato. As plaquetas muito baixas indicavam um quadro de anemia.
“Encontramos um cão bastante negligenciado, judiado ao extremo pelos antigos donos. Essas pessoas não tiveram o mínimo de cuidado com ele. Em estado crítico, essas pessoas ainda tiveram a ‘pachorra’ de jogá-lo em plena via pública. É uma gente cruel, sem um pingo de humanidade”.
Nas redes sociais, além do cão Tarô, não foi constatado o sumiço de um outro animal da raça Spitz Alemão, pelo menos até o fechamento da reportagem. Tudo indica, que o cão pode ter sido furtado a muito tempo, ou seria mesmo das pessoas que desfizeram dele covardemente.
“Não tinha como deixá-lo na casa de quem o encontrou. A testemunha disse que não poderia levá-lo a um veterinário, pois não tinha condições. Tivemos que dar um jeito de prestar socorro ao pobre animalzinho”.
O cão tinha idade entre (5 e 6) anos. Como o cão Tarô também é da mesma raça, as dúvidas foram sanadas por imagens e a comprovação de um perito. Além disso, o Tarô não poderia apresentar doenças tão graves como a do cãozinho, tendo em vista de estar com o esquema vacinal em dia. Outra constatação é o tempo do sumiço, de 2 meses. No cão, a doença do carrapato, segundo o médico veterinário já era antiga.
Mesmo recebendo os cuidados, “Jhon” como foi apelidado, não resistiu e morreu na última quinta, 7, desta vez sob os cuidados de pessoas que o amaram e o respeitaram como ser vivo.
“O que realmente matou ele (cão) foi o fígado. Sangrou pelo nariz e boca. A anemia não estava tão grave, o que estava matando-o, era a lesão no fígado com a doença do carrapato mal curada durante muito tempo. Uma pena, tinha a esperança de que pudesse sobreviver. Li que quando a doença avança para crônica, isso acontece. Ainda assim, ele viu que nos momentos finais não foi negligenciado como fizeram as pessoas que o jogaram fora”, lamenta a empresária.
PORTO VELHO: ANIMAIS VIVEM DA MISERICÓRDIA DE GUARDIÕES
Juliana Polli, da “Confraria das Patas”, na Miguel Calmon, esclarece que a triste situação do cãozinho, jogado na rua, é comum, mas que não consegue se acostumar. Ela é responsável por cuidar de vários cães e gatos encontrados em situação de penúria. A comerciante, enfatiza dizendo que tenta ajudá-los como pode, mas jamais deixa qualquer um deles sem os cuidados devidos. Sua felicidade está quando o animal se cura e volta para o convívio familiar.
CAPITAL NÃO TEM LUGAR PARA ABRIGAR CÃES E GATOS ERRANTES
A morte do animal, reabre uma lacuna preocupante, em Porto Velho. Com quase 500 mil habitantes, a capital rondoniense, praticamente ‘relaxa’ os cuidados com os animais, principalmente os errantes que vivem sob a misericórdia das associações e de pessoas que fazem o papel de guardiãs. Nas redes sociais, grupos e mais grupos trabalham 24 horas espalhando e pedindo ajuda para os animais na capital.
A responsabilidade de cuidar dos bichos é da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema). No início deste ano, um gestor da pasta, afirmou que o município “não “tinha local para abrigá-los” depois que 45 gatos foram jogados em frente do prédio. Apesar do cenário, o setor explica: maus-tratos é crime passível de prisão podendo levar o infrator para a cadeia.
DENUNCIE MAUS-TRATOS OS CONTRA ANIMAIS
Quanto as pessoas que jogaram o cãozinho ‘Jonh’ da janela do veículo, no bairro Mariana, imagens de comércios, nas proximidades em que o crime ocorreu, estão sendo buscadas. A intensão é jogar na internet e acionar a polícia, pois os responsáveis pelo ato criminoso precisam ser identificados e punidos. “As pessoas precisam entender. Se não tem condições de cuidar de um animal, simplesmente não os pegue para criar. Além disso, quem estiver em poder do cão Tarô que o devolva, e não faça a mesma coisa que fizeram os donos do cão, jogado da janela do veículo na rua Petrolina”, finaliza Polli.