Na Amazônia Ocidental boliviana, a polícia do país desarticulou um verdadeiro complexo a serviço do narcotráfico. O alvo, ou melhor, os alvos nesta operação, foram os estados de Beni, na divisa com Rondônia e Cochabamba, no arco de toda a província Chapare, região onde a Força Especial de Luta Contra o Narcotráfico (FELCN) detectou seis dos sete laboratórios.

Muito bem camuflados no interior da floresta, os laboratórios mantinham uma logística impecável. Uns com palafitas e passarelas oportunizavam os funcionários caminhar durante as chuvas no Chapare sem ser pelos trechos alagadiços. Em um dos laboratórios, os traficantes chegaram a erguer um santuário em devoção a São Jorge.

Os locais eram tão guardados que nem mesmo sobrevoando a mata era possível avistá-los. Dos setes laboratórios, apenas um deles, na comunidade San Mateo, na altura do rio Chichicatata com o rio San Pedro no Parque Nacional – TIPNIS, província Moxos de Beni, ligava a federação andina ao estado de Rondônia.

De acordo com o ministro da Justiça da Bolívia, Eduardo Del Castillo, a operação respondeu ao anseio do governo boliviano e do Ministério da Justiça que nos últimos anos tem adotado uma política voltada para desarticular e combater o narcotráfico no território andino.

A destruição dos laboratórios ocorreu em sequência perfazendo um operativo de pouco mais de 20 horas pela terra, água e ar, e segundo Del Castillo ocasionou um prejuízo de USD 2 milhões de dólares para os chefões do narcotráfico que atuam na Bolívia. “E mais uma vez foi demonstrado com dados objetivos e verificáveis que a nossa gestão é a melhor gestão na luta contra o tráfico de drogas nos últimos anos”, disse.