Autor – Taís Botelho
O famoso ‘inverno amazônico’ é marcado por chuvas intensas durante os meses de dezembro a maio, período em que aumentam os riscos de acidentes envolvendo animais peçonhentos, já que durante essa época os animais procuram lugares secos para se abrigar.
Foto – Leandro Morais/ SMC
Roberto Nakaoka, coordenador do Programa de Acidentes com Animais Peçonhentos da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), explica que em áreas mais alagadas, próximas a rios e córregos, as chances de haver incidentes são maiores. Por isso, algumas recomendações podem ser adotadas pela população para ajudar a diminuir os riscos.
“Sabemos que a presença de animais peçonhentos neste período é inevitável, mas sempre orientamos que a população realize limpezas ao redor de casa e evite acumular entulhos e lixos, que acabam sendo um ambiente propício para ratos, baratas e outros insetos que costumam ser predados por animais peçonhentos como escorpiões e cobras”.
De janeiro a dezembro de 2022, 128 ocorrências envolvendo animais peçonhentos foram registradas em Porto Velho, 80% delas concentradas na zona rural. O médico veterinário ressalta que é importante utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs) como caneleiras e luvas em visitas às zonas rurais e em limpezas de quintais, terrenos, jardins, etc.
“Em 2022, em 83,34% dos ataques por serpentes, as partes do corpo atingidas foram perna, pé e dedos dos pés, informação que indica que o uso de botas de cano alto evitaria grande parte dos acidentes".
Das ocorrências registradas na capital e nos distritos, 96 foram causadas por serpentes. O gênero bothrops, conhecido popularmente como ‘jararaca’, foi responsável por 95 dos acidentes. Já o gênero lachesis, conhecido como ‘surucucu pico de jaca’, causou um ataque. Nakaoka orienta ainda o que deve ser feito caso a população encontre um animal peçonhento em casa.
“Se forem aranhas e escorpiões, os animais podem ser retirados com o auxílio de uma vassoura ou qualquer outro instrumento que mantenha a pessoa longe do animal, para evitar risco de lesão. Caso sejam serpentes, o recomendado é que a Polícia Ambiental seja acionada, pois possui profissionais capacitados para manejar esses animais”.
ATAQUES DE SERPENTES
Em casos de picadas por serpentes, é necessário se dirigir ao Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron), referência em ocorrências com animais peçonhentos, para realizar o tratamento correto e especializado. Também é importante seguir algumas recomendações:
– Lavar o local com água e sabão;
– Não utilizar medicação no local da picada;
– Tentar, se possível, registrar uma foto do animal ou levá-lo ao hospital;
– Não fazer torniquetes;
– Não sugar o local ou cortá-lo;
– Não ingerir bebidas alcoólicas.