“É muito sério quando a gente pensa em fazer isso em uma unidade como o Hospital Infantil Cosme e Damião. Por se tratar de um hospital que recebe todas as crianças do estado quando elas não têm como serem tratadas no seu município. É muito grave uma situação como essa, mas infelizmente é uma possibilidade de acontecer”.
A declaração é da presidente do Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero), Ellen Queiroz Santiago com base em uma votação que decidiu pela interdição do Hospital.
De acordo com a titular da pasta, foi aprovado na última sexta-feira (18) um indicativo que decidiu pela interdição do hospital, justamente por descumprimento do estado de medidas emergências salvaguardando a saúde e o bem estar de pacientes e servidores.
Sem revelar uma data de quando a interdição pode ocorrer ou revelar o responsável, que no caso é o governo estadual por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), a presidente do Cremero Ellen Santiago, explicou que as partes já foram notificadas há mais de 2 anos acerca das irregularidades, mas até o momento não viu qualquer movimentação do estado. Caso o problema persista, a interdição será inevitável.
A reportagem do News Rondônia constatou que as irregularidades vão desde escalas médicas, vagas de UTI e enfermaria. Outro apontamento critico estaria na estrutura física.
“Tem ar-condicionado praticamente desabando sobre os leitos. O descaso vem acontecendo a vários meses e continua. Se isso não foi resolvido o Conselho Regional de Medicina vai ter que proceder a interdição medica”, declarou.
O receio, segundo a presidente é que o fechamento possa ocorrer por uma ‘interdição ética’ o que poderá levar a falta de atendimento as crianças do estado que se deslocam de todos os municípios em busca dos serviços apontados como referência pela população.
Ana Ellen – presidente do CREMERO
O último suspiro para tentar solucionar a situação foi uma catástrofe anunciada. O secretário-adjunto da Sesau, Nélio Santos, justiçou os constantes pedidos do Cremero, “não enxergando no hospital risco aos pacientes e que existe uma licitação em processo”. Quanto a demora para resolver os problemas, Célio apontou a pandemia, a estrutura complexa de engenharia. E ao final, ele acenou que até março os processos licitatórios estariam concluídos.
Cremero não se convenceu das justificativas é de um prazo de 30 dias para que a Sesau encontre outro prédio para realocar as crianças da unidade. “Não cabe a nós ter essa decisão, o que sabemos é que nossas crianças não podem ficar onde estão”, finalizou.