Até ter seu discurso aclamado pelas palmas de centenas de autoridades mundiais, durante a abertura da COP-26, em Glasgow, na Escócia, no evento que discute estratégias para frear o aquecimento global, Txai Suruí, de 24 anos era mais um rosto entre milhares de indígenas que deixam o “recôncavo” das florestas para denunciar em meio a ameaças de morte os crimes ambientais que cercam as terras indígenas e seus povos em toda a Amazônia brasileira.
Txai Suruí, filha do lendário ambientalista e líder indígena Almir Suruí, de Cacoal (RO) não só deu seu recado aos grandes líderes do planeta, em especial ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido), de que a floresta amazônica e os povos indígenas já não suportam mais tanta destruição e descaso, como plantou sua semente para a eternidade.
No discurso voltado para líderes globais, entre eles o presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Joe Biden, país considerado a maior potência mundial, Txai denunciou os principais problemas, hoje enfrentados pelos povos indígenas do Brasil. Usando como exemplo a morte do indígena Ari Uru-Eu-Wau-Wau, Txai Suruí alertou para o problema com ameaças a quem de fato defende o meio ambiente.
“Enquanto vocês estão fechando os olhos para a realidade, o guardião da floresta Ari Uru-Eu-Wau-Wau, meu amigo de infância, foi assassinado por defender a natureza. Os povos indígenas estão na linha de frente da emergência climática, por isso devemos está no centro das decisões que acontecem aqui. Nós temos ideias para adiar o fim do mundo”, declarou Txai.
Txai, não polpou palavras ao chamar de “mentirosas e vazias”, as ações de governantes mundiais e em especial do governo brasileiro.
Já sabendo das criticas que sofreria, Jair Bolsonaro (sem partido) faltou ao evento, mesmo sendo um convidado esperado para que mostrasse de fato as atuações do governo dele diante do caos ambiental que vive o Brasil.
“Vamos frear as emissões de “promessas mentirosas” e irresponsáveis; vamos acabar com a poluição com as “palavras vazias”, e vamos lutar por um futuro e um presente habitáveis”, declarou.
O discurso de Txai Suruí é apontado pelos jornalistas e entidades ambientais ao redor do mundo como um sopro de misericórdia, nos pulmões dos líderes que estavam presentes durante a abertura da COP-26, na última segunda-feira (01), em Glasgow na Escócia.
Para os críticos, um discurso direto, sem rodeios e na mesma velocidade das devastações ambientais. Ao encerrar seu pronunciamento, Txai lembrou que a todos dirigentes globais que “ainda é preciso acreditar, que o nosso sonho é possível. Que a nossa utopia seja um futuro na Terra!”.