No horizonte tem água a perder de vista, afinal estamos na floresta amazônica, a terra das chuvas abundantes. Mas neste momento prevalece a estação da estiagem, três meses em que as chuvas reduzem drasticamente.
Sem chuvas o fogo pelas queimadas se espalha pelos campos, invade rodovias colocando a população em risco. Da terra pra água. Nesta época o Rio Madeira, principal afluente de Rondônia também sofre com a escassez de chuvas. Nesta quinta-feira (12), o rio amanheceu no trecho em Porto Velho com 3,63 metros, 1,12 metros a menos do que foi registrado no mesmo período de 2020.
A situação preocupante levou a Capitania dos Portos proibir a navegação noturna. “Por atingir esse nível com menos de quatro metros aplicamos essas restrições para a navegação. Além disso, mapeamos os pontos críticos com incidência maior de acidentes”, explica Marcelo Barbosa.
Se o rio apresenta um volume baixo nas suas águas, a navegação também sofre restrição. E uma das causas para isso são os bancos de areia que podem surgir ao longo do percurso. A ameaça de uma embarcação virá ou encalhar é grande. Com o período da vazante a recomendação da Marinha do Brasil é manter a cautela. Nesta época do ano inimigo é a fumaça das queimadas.
A incidência de fumaça em todo o percurso reduz a visibilidade dos pilotos das embarcações de passageiros e comboios que descem e sobem pelo Rio Madeira. Com a fumaça também existe a perda de visibilidade, o que afeta bastante a segurança da navegação.
No início da semana, uma plataforma carregada de alimentos perecíveis tombou, no trecho do Distrito de Calama, após ter o casco riscado por pedras.
Também neste período do ano, os trabalhos de inspeção realizadas pelos agentes da Marinha do Brasil aumentam. “É atenção total, principalmente no trecho compreendido entre Calama e a cidade de Porto Velho”, alerta.