O boletim da edição de número (502) disponibilizado pela Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Agevisa) trouxe os números atuais da pandemia do novo coronavírus em Rondônia. Até quarta-feira, (04) eram 258.792 casos, desde a chegada da doença ao estado em março de 2020.
Os casos ativos, aqueles em que existem pessoas em tratamento somam 2.152. Ainda que sejam números bem inferiores em relação há meses atrás, especialistas declaram que não é um momento para comemoração.
“A impressão é que ao mesmo tempo que a doença dar uma trégua, as medidas de segurança pelo governo afrouxam. Isso seria ir na contramão dos países que tem mais experiência que o Brasil em práticas de saúde pública contra a Covid-19”, revela o infectologista e pesquisador da em Medicina Tropical da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Marcus Lacerda.
Este ano a reportagem do jornal News Rondônia trouxe um comparativo dos casos da Covid-19 no Uruguai que concentra uma população de aproximadamente, 4 milhões e Rondônia com 1,7 milhão de habitantes.
O estado brasileiro conseguiu bater em números e mortes a República Oriental do Uruguai que até está quarta-feira (04) registrava 5.976 mortos, contra 6.385 em Rondônia. Na capital Montevidéu a Covid-19 matou 1.050 pessoas ante 2.493 em Porto Velho, 1.435 a menos que Porto Velho.
Nem mesmo as maiores cidades as margens do Rio de la Plata superaram os maiores municípios de rondonienses. Especialistas ouvidos pela reportagem acreditam em sucessivos erros por parte de todos os poderes. Daqueles que cumpriam o dever, quanto de quem ordenava a abertura dos comércios.
“De antemão o que se viu foi um desastre. A bem verdade, o Brasil nunca levou a sério a quarentena. Acompanhamos alguns descontroles em Rondônia. Em dezembro de 2020 quando a situação no estado era critica, o governo autorizou aberturas de bares, casas noturnas para a realização de festas. Aquilo não iria acabar bem. O que vimos foi um sucessivo aumento de casos e mortes”, destaca.
“É preciso pontuar os erros e cobrar. Os órgãos de justiça se não estão, deveriam trabalhar para a responsabilização desse crime, dos verdadeiros culpados, pois houve desmazelo. As famílias também deveriam ir atrás de seus direitos na justiça”, pontua.
“O estado não tem indústrias, grandes empresas. A população é de pouco mais de 1,7 milhão ao contrário do Uruguai. Chegar nesse patamar de mortos é surreal”.
Nas ruas não é difícil entender como Rondônia caiu em desgraça. Enquanto a doença ainda é um problema, as pessoas estão em mesas de bares, bebem praticamente de copo em copo, de cara a cara umas para as outras.
No início desta semana, 142 pessoas seguiam internadas em tratamento para a doença em Rondônia. Destas 42 em leitos de Unidades de Terapia Intensivas (UTI’s) em Porto Velho que conta com 63 leitos vazios. A boa notícia é que desde abril o estado está sem filas para internações.