Os quatro meses de 2021 superaram os registros e mortes pelo novo coronavírus, desde março de 2020 quando a doença registrou o primeiro óbito em Rondônia. O índice transformou o estado, depois do Amazonas no epicentro mortalidade.
Hospitais colapsados e o número altíssimo de pessoas na fila a espera por uma UTI são lembranças de uma fase perversa apresentada pelo SarCoV-2. Depois dessa etapa, a expectativa era enxergar na população empatia em respeito às vítimas fatais.
Porém, a realidade nas ruas tem demonstrado algo totalmente diferente. O rondoniense pouco ou quase nada aprendeu com a resposta deixada pela Covid-19. O pior é que se anuncia uma terceira onda da doença para junho. Em busca do corpo saudável, moradores de Porto Velho procuram os poucos lugares para praticar atividades ao ar livre. O Espaço Alternativo, na capital é um dos preferidos.
Na área de pouco mais de 2,2 quilômetros, os esportistas caminham, correm, se exercitam em aparelhos ao longo do percurso. Mas algo no atual cenário da pandemia não condiz com a realidade e muito menos para quem deseja se prevenir do novo coronavírus. Pessoas que insistem em percorrer o local sem máscara de proteção, como recomenda o decreto estadual e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Entre os que insistem em bater de frente com o vírus, estão pessoas já com idade avançada. Mas jovens também são vistos sem o utensílio. Questionados muitos ignoram, enquanto outros justificam. “Não tem perigo, os médicos falam que ao ar livre a chance de contaminação é reduzida”, alega a estudante Paula Fernandes.
Quem deveria mostrar exemplo com as recomendações de saúde não saiba é que a Organização Mundial da Saúde (OMS), explica que “as máscaras” devem ser usadas em locais públicos. Elas ajudam a impedir a propagação do novo coronavírus, formando uma barreira para gotículas potencialmente infecciosas”.
No local nem todos desrespeitam as leis. Existem pessoas que mesmo caminhando sozinhas são vistas usando a máscara. “Eu acho que ao usar máscara por se tratar de uma recomendação, eu me cuido, e ao mesmo tempo respeito as outras pessoas. Fico bastante incomodado quando cruzo com um indivíduo que não esteja usando o utensílio. Acho uma tremenda falta de empatia com o próximo”, declara o acadêmico de engenharia Florestal Ederson Barbosa.
Pelo chão, jogada nos arredores e amarradas até em árvores. Para o usuário do Espaço Alternativo não basta desrespeitar a saúde. As máscaras que deveriam ser descartadas em locais apropriados são vistas emporcalhando o meio ambiente.
A flexibilização pelo governo do Estado permitiu a abertura de bares e dos comércios que estavam restritos, fazendo com que as pessoas ignorassem as medidas de proteção contra o novo coronavírus. Especialistas alertam, a pandemia não acabou, os casos vão aumentar e podem provocar uma onda de registros e mortes pior do que foi registrado nos meses de janeiro e março.
O ex-diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o médico sanitarista Gonzalo Vecina, chama atenção para a necessidade de o governo brasileiro reforçar as medidas de distanciamento social, além disso, controlar o fluxo nos aeroportos, afim de atrasar as chegadas no país de novas variantes do novo coronavírus.
Em entrevista ao canal de Carta Capital no YouTube, o especialista afirmou que considera mais provável que o Brasil mergulhe em uma terceira onda da Covid-19 do que em um ‘platô’, ou seja, uma estabilidade nos registros de casos e mortes pela doença.