O cemitério público Santo Antônio, em Porto Velho fica sem espaço para novas covas após explosões de mortes na capital diariamente. Devido à pandemia, os coveiros do cemitério passaram a trabalhar na linha de frente e tiveram que mudar sua rotina após vários novos sepultamentos para as vítimas do coronavírus.
Com a segunda onda da covid-19 na capital, que por sinal está sendo muito pior que a primeira, tiveram que realizar mudanças no cemitério em questão das despedidas em sepultamentos. Agora, os familiares e amigos não podem mais abrir a tampa do caixão para se despedir e fazer uma oração.
De acordo com as mudanças, as despedidas são feitas com certa distância do caixão, com a tampa fechada e os familiares não podem demorar a fazer as despedidas e orações.
ESTIMATIVAS
De acordo com Diretor do cemitério de Santo Antônio, Giberson Morais, a estimativa anual de sepultamentos era de 1.500 a 1.600, porém com a chegada do novo coronavírus, o local passou a realizar 2.570 sepultamentos, sendo que 777 enterros foram de vítimas do vírus. Devido a isso, o diretor do cemitério exigiu que tivesse um espaço somente para vítimas da Covid-19.
“A exigência é que o Cemitério tem que ter um espaço só para a Covid. A família pode ter suas gavetas, porém quando falece por causa do vírus é direcionado para o espaço exclusivo para isso”, disse.
O diretor também afirmou que em algumas ocasiões, família às vezes tenta burlar a divulgação da doença para que a pessoa seja enterrada com os familiares. “Porém já estamos informatizados, através da Central de Óbitos já sabemos a causa da morte. Infelizmente não podemos fazer nada, só podemos direcionar o sepultamento de Covid na área já reservada. A esperança é que futuramente possa ser desenterrada e transferida para o local da família”, disse o Diretor.
NOVO CEMITÉRIO
Giberson Morais afirmou que o cemitério Santo Antônio ainda consegue atender as demandas da população, porém, o mesmo disse que eles não têm o controle e que os óbitos na capital estão crescendo cada dia mais, e por isso serão realizadas audiências públicas para o encaminhamento de uma licitação para um novo cemitério em Porto Velho.
“Ainda conseguimos atender no Santo Antônio, mas não podemos dizer que estamos no controle porque não sabemos ainda o que pode acontecer. Foi todo mundo pego de surpresa. Veja o exemplo de Manaus no Amazonas. O cemitério de lá é enorme e mesmo assim de atender a demanda porque o número de mortes foi muito alto”, lembrou.
BOLETIM
De acordo com os números divulgados pela Agência Estadual de Vigilância em Saúde (Angevisa), em conjunto com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), até ontem Rondônia havia registrado mais de 16 mil casos ativos de Covid-19 de um total de 107.332 casos de infecção pelo novo coronavírus. Com o número crescente de contágio, o número de óbitos também aumentou e já está próximo de duas mil mortes desde o primeiro óbito confirmado em março do ano passado.
Só na sexta-feira (15), foram registrados 17 óbitos por Covid-19 no estado.