Vinte horas. Esse foi o tempo gasto aproximadamente pelo governador, Marcos Rocha (PSL), para responder publicamente os questionamentos tidos como “tendenciosos” discorridos na Assembleia Legislativa (ALE-RO), durante sessão, sobre suposta desconfiança nos deputados que estariam tramando um Impeachment. A resposta, mesmo chegando a galope, foi divulgada ontem (20), no final da noite, via rede social.
Durante o dia, Rocha convocou o presidente da ALE-RO, deputado Laerte Gomes (PSDB), o líder do Governo, deputado Eyder Brasil (PSL) e o secretário-chefe da Casa Civil, Pedro Pimentel para uma reunião de caráter de urgência que durou mais de duas horas e de portas fechadas para tentar esclarecer a suposta denúncia feita na tribuna pelo deputado, Anderson Singeperon (PROS), que teria dito que o governador estava preocupado com um possível Impeachment arquitetado por deputados e que o seu governo não passaria de seis meses.
Na ocasião da denúncia, feita na sessão do dia 19, o presidente da ALE-RO chegou a esclarecer que não havia nenhuma má intenção dos deputados e que apenas teria como foco ajudar o governo a encontrar uma saída para os problemas do estado. Laerte disse também que ficou “chateado” com Marcos Rocha pela suposta desconfiança e alfinetou: “Vamos esquecer a política e pensar no estado de Rondônia. É isso que o governo precisa fazer”.
Além da reunião com os deputados, Rocha fez questão publicar um vídeo de aproximadamente 4 minutos onde frisou que tudo não passou de um engano. “Vamos continuar com a verdade! Peço sempre para compartilharem pois, sabemos que muita gente "antiga" ficou chateada por trabalharmos de forma honesta. Evitamos dar publicidade para quem pretere o próprio benefício e trabalha com a desinformação em detrimento à verdade. Entretanto, é importante esclarecer determinados assuntos”, legendou o governador.
Aparentando tranquilidade, os quatro sentados à mesa soltaram sorrisos largos e passaram sensação de respeito entre os poderes. Marcos chegou a colocar a culpa em “ânimos exaltados” das sessões para justificar o impasse. “Numa sessão, esse tipo de conversa às vezes, ânimos exaltados, para aprovação de projetos pode acontecer né, deputado?” perguntou Rocha a Laerte que respondeu timidamente: “É verdade”.
Rocha segue seu esclarecimento dizendo que os poderes “estão muito bem. Estamos alinhados. Já chegamos aqui conversando, o problema foi ontem [19], hoje [20] já estamos bem. Não tem nada haver. Não tem nenhum tipo de perseguição! Quero dizer que o governo de Rondônia não tem o direito de se meter na Assembleia Legislativa. Assim como a Assembleia não está se metendo no executivo. Os poderes estão em paz”.
Convidado para falar na mídia, Laerte Gomes reforçou o que Rocha tinha dito sobre as sessões. “Logicamente que as sessões são assim, são calor do debate, na hora se fala dos problema, às vezes se cobra, mas essa parceria e harmonia e respeito nós temos e pode ter certeza que vamos continuar avançar”, disse Gomes sendo acrescentado por Rocha: “A população não merece que os poderes não estejam bem. Porque se nós tivermos mal, sobra para a população”.
Finalizando, o Governador esclareceu sobre o serviço de inteligência que supostamente usaria espiões e até escutas telefônicas. “O primeiro assunto que tratamos aqui foi da estrutura de inteligência. É extremamente importante, e ela é uma estrutura para combater a corrupção. Então às vezes, no calor das emoções, acontecem falas ali que muitas vezes não eram para acontecer, né? Mas, está tudo bem”, concluiu.
Com tudo praticamente esclarecido, a única pergunta que fica é: O deputado Anderson do Singeperon (PROS) passou por mentiroso nessa história?