“Alita: Anjo de Combate” é um filme baseado no mangá de Yukito Kishiro (anos 90), e chega às telonas pelas mãos do diretor Robert Rodriguez e sob a produção de ninguém menos que o genial James Cameron (Avatar, Titanic, Exterminador do Futuro 2… fraquinho ele, não?). Alita é uma ciborgue que é descoberta por um cientista, não tem memórias de sua criação, mas possui grande conhecimento de artes marciais. Enquanto busca informações sobre seu passado, trabalha como caçadora de recompensas e descobre um interesse amoroso.
Quem viu o mangá original certamente vai vibrar pela fidelidade no roteiro e pirar com as cenas de ação visceral e as lutas animais, mas vai perceber que existe um certo grau de ‘respeito’ com a violência, que no gibi é ainda mais brutal e explícita.
O que vemos neste filme é algo que consagra as adaptações de mangás para o cinema, e enche os olhos com um visual fascinante, com uma fotografia impecável e uma tecnologia tão bem utilizada que surpreende até aos mais exigentes cinéfilos. O trabalho com a captura de movimentos que possibilitou a atriz americana Rosa Salazar dar à protagonista um rosto totalmente no estilo ‘mangá’ (aqueles olhos grandões) é assombroso… e olha que já estamos acostumados a essa técnica que nos encanta desde o Sméagol/Gollum (na franquia O Senhor dos Anéis) e King Kong, ambos promovidos pelo fera Andy Serkins e pelo diretor Peter Jackson.
Esse filme tem sua carga de emoção, de imersão e diversão tão furiosa como eu vi no belíssimo “Jogador Nº 1” (o retorno triunfal do mestre Steven Spielberg em 2018), mas tem ainda sua identidade tão fiel à cultura sci-fi que eu já estou até pensando que, se conseguiram entregar um filme tão belo como “Alita”, por que não fazer o mesmo com o lendário “Akira”? Sonhar não custa nada, né?
Vá agora mesmo ao cinema e veja essa obra de arte que leva a minha nota 10 com sobras e que, se não fosse pela certeza de que “Vingadores 4 – Ultimato” vai parar o planeta nas salas escuras, eu diria que “Alita” já é o melhor filme de 2019.