Hoje, segundo domingo de agosto, é celebrado no Brasil o dia do Papai. O Dia do Papai é celebrado nos diversos países do mundo em datas diferentes, e foi incluído em nosso calendário brasileiro no ano de 1956.
Mas, quando foi celebrado pela primeira vez o dia do papai? Sem dúvida, quando Adão tomou seu filho primogênito, Caim, em seus braços e Eva lhe disse: Adquiri um varão, o Senhor. (Gn 4.1). (Na maioria das traduções lemos: Adquiri um varão, com o auxílio do Senhor)
Gênesis 4.1
Quando Deus criou Adão e Eva, ele inscreveu sua santa Lei no coração humano. Nesta lei consta o Quarto Mandamento: “Honrarás o teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá”. (Êxodo 20.12; Deuteronômio 5.16).
Hoje, no entanto, com o movimento da emancipação da mulher e a revolução sexual, o homem parece estar enfrentando uma crise de identidade. Ele não sabe mais qual é o seu verdadeiro papel como marido e como pai. Ele trabalha. Traz o dinheiro para casa e busca os seus prazeres e alegrias fora do lar. Os textos bíblicos como: “Far-lhe-ei uma auxiliadora,” (Gênesis 2.18) ou: “O marido é o cabeça da mulher,” (Efésios 5.23) especialmente quando lidos em cerimônia de casamento, sempre vemos que algumas pessoas expressam um sorriso sarcástico. Por essas e outras razões vale a pena refletirmos, hoje, um pouco sobre as funções do pai.
Onde os pais encontrarão a orientação para tanto? Sem dúvida e unicamente na Palavra de Deus. E o que o Senhor tem a dizer aos maridos, pais e filhos? Vejamos:
“Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, por isso que sois juntamente herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam vossas orações”. (1 Pedro 3.7)
“E não as trateis com amargura”. (Colossenses 3.10)
“Vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor”. (Efésios 6.4; Colossenses 3.21)
As funções do pai
Nem todos os homens são pais. Pai é um homem casado que gerou um ou mais filhos. E assume assim sua alta responsabilidade de prover e defender seu lar, bem como educar, ensinar, orientar, admoestar e consolar seus filhos, por palavra e pelo exemplo. Isto não é tarefa fácil.
Em primeiro lugar, o apóstolo admoesta a viver a vida comum do lar, com discernimento. O que significa isto? É fácil viver a vida comum do lar? Sabemos que não. Afinal, não são dois santos que estão unidos no matrimônio até que a morte os separe. Na vida cristã, são dois cristãos, amados por Deus, filhos de Deus pela fé em Cristo, e como novas criaturas, templos do Espírito Santo amam a Deus e ao próximo. O amor a Deus se revela pelo amor à sua Palavra e seus mandamentos. O casal, pai e mãe, ainda têm sua natureza pecaminosa que diariamente os tenta para não darem crédito à Palavra de Deus. Por isso há fraquezas e quedas. É preciso apego à Palavra de Deus, oração, admoestação e consolo mútuo. E a Palavra de Deus dá ao casal cristão o discernimento, a luz para verem corretamente as diferentes situações e o que fazer. Esta Palavra dá força para que o amor ao próximo seja a linha mestra que guia suas ações.
Ao marido e pai cabe lutar pelo sustento da família, no que sua esposa lhe será auxiliadora. Ele também a defenderá nos momentos de perigo. Temos, entre outros, o exemplo de José, o pai adotivo de Jesus. José foi avisado pelo anjo que Jesus corria perigo de vida. O rei Herodes queria matar o menino Jesus. José teve que tomar sua esposa Maria e o menino, à noite e fugir para o Egito. Não deve ter sido fácil para José atravessar o deserto, viver como estrangeiro, num país de língua e costumes diferentes e lutar ali pelo sustento de sua família. Mas, ele se sacrificou pela família em obediência à voz de Deus. Nisso tornou-se um exemplo para os pais de todos os tempos. Isto só é possível, quando o casal se debruça diariamente sobre a Palavra de Deus em oração, dizendo: “Fala Senhor, porque o teu servo ouve”. (1 Samuel 3.10)
Em segundo lugar, cabe ao esposo e pai, como cabeça e sacerdote do lar, ensinar os filhos, educá-los, guiá-los e repreendê-los e quando erram consolá-los para reerguê-los. Quando são pequenos, impomos muitas vezes nossa vontade. Mas quando os filhos entram na adolescência eles fazem muitas vezes valer sua vontade, querendo mais liberdade, então os pais já não impõem sua vontade simplesmente à força, mas agem mais como conselheiros.
Numa pesquisa feita com jovens adolescentes, notou-se que eles anseiam por liberdade e ao mesmo tempo requerem dos pais proteção e segurança. Parece um paradoxo. Cabe aos pais entender bem o anseio deles por liberdade e ao mesmo tempo, prover-lhes proteção e segurança. Isto nem sempre é fácil. Eles precisam aprender que há limites para o bem deles. Pois Deus deu seus mandamentos visando o bem da humanidade.
Como é fácil, no momento em que não fazem à vontade dos pais, quando não obedecem ao pé da letra, perder a calma e gritar com eles. Ou então, em nosso egoísmo, até por ordens mal dadas, por exigir de mais deles, limitá-los demais, provocar os filhos à ira, contra o que o apóstolo admoesta, dizendo: “Vós, pais, não provoqueis os vossos filhos à ira”.
Educar, disciplinar e guiar os filhos é uma tarefa que requer discernimento e oração; sim, muita oração.
Cada filho ou filha é diferente. Um mais sensível, onde basta um olhar, uma palavra; outro mais insensível; um mais voltado para o intelectual, outro mais para a vida prática, etc. Os pais precisam compreender cada um deles e cada um requer um tratamento diferenciado.
Como já o dissemos: Na adolescência os pais não primam pela ordem, mas pelo conselho. Muitas vezes os filhos não vão concordar com o conselho dos pais. E nós só podemos dizer: Filho, ou filha eu não faria isso, dando as razões. Mas, dependendo o caso, deixar que realizem seu intento. Se der certo, podemos elogiá-los. Se der errado, precisamos animá-los a que prossigam, buscando acertar.
Sobre tudo, por mais ocupados que estivermos, precisamos tomar tempo para os filhos. Por vezes eles nos pedem para levá-los ou buscá-lo, à noite, de uma festa de amigos, ou da reunião dos jovens. Há pais que, em seu egoísmo próprio, nunca têm tempo para os filhos, para lhes proporcionar alegrias ou recreação. Não devem se admirar mais tarde, quando os filhos não terão tempo para os pais. O lar não lhes foi um doce lar, para onde gostam de retornar para estarem com os pais ou buscarem seus conselhos. A tarefa de ser pai requer sacrifícios, paciência e oração. Sobre tudo, importa gravar no coração dos filhos a Palavra de Deus. Isto acontece especialmente pela devoção no lar, pela participação nos cultos, pelo estímulo para que leiam a Bíblia, pelo aconselhamento com a Palavra de Deus, para que sejam educados no temor do Senhor, para que temam a Deus. Esta palavra os guiará em todas as situações da vida, admoestando e consolando para não se afastarem do caminho para a vida eterna.
Não é fácil ser pai ou pais nos dias de hoje, precisamos literalmente da graça de Deus para vencermos esses desafios nos dias atuais.
Minha oração é que o Senhor Jesus, possa, dar-lhe a cada dia sabedoria e discernimento, no seu papel de Pai.
Parabéns a todos nós pais. Que Deus nos abençoe grandemente.
Amém…