O número de possíveis desaparecidos no desabamento do Edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, voltou para 44 pessoas. Na madrugada desta quarta-feira (2/5), chegou a ser informado que mais pessoas teriam sido identificadas, reduzindo para 29 vítimas. No entanto, as equipes de socorro voltaram atrás no início da manhã.
A única pessoa considerada oficialmente desaparecida é um homem identificado como Ricardo, que chegou a passar pelo processo de resgate, interrompido pelo desabamento. Os dados da administração municipal revelam que havia 317 pessoas vivendo no local.
Além do homem que estava sendo resgatado no momento do desabamento, moradores da ocupação disseram que uma mulher chamada Selma não teria conseguido sair do prédio com os filhos gêmeos de oito anos de idade.
“Todo mundo conhecia a Selma, lutadora como a gente. Ela morava no oitavo andar e não conseguiu sair”, contou o desempregado Cosme Aleixo da Silva, de 54 anos.
Segundo os bombeiros, 75 membros da equipe de resgate trabalharam na madrugada desta quarta (2), para tentar salvar algum sobrevivente dos escombros. O major Max Alexandre Schroeder afirmou que os agentes estão usando equipamentos pequenos, como britadeiras, para remover as estruturas. Somente depois de 48 horas da tragédia, quando a chance de encontrar alguém com vida é quase nula, que eles usarão máquinas pesadas, como retroescavadeiras.
O prédio estava ocupado irregularmente por sem-teto. Os invasores contaram que pagavam um aluguel de até R$ 400 para morar no edifício. O dinheiro era usado para custear as despesas do prédio, que tinha até porteiro.
Tragédia
O prédio, de 24 andares, desabou durante um incêndio de grandes proporções. A Igreja Luterana situada ao lado da estrutura que ruiu também pegou fogo. O templo ficou parcialmente destruído e teve de ser interditado.
A única vítima confirmada até agora era resgatada por corda pela equipe de socorro quando a estrutura do edifício veio ao chão. A corda que o prendia se rompeu e o homem caiu. Um bombeiro também ficou ferido durante o desabamento.
A estrutura era uma instalação desativada da Polícia Federal. Segundo comerciantes do entorno, o local era ocupado ilegalmente. Antes de ruir, algumas pessoas pediam socorro no último andar. As chamas começaram no quinto andar, depois se alastraram rapidamente para os níveis superiores. Ao todo, 160 militares atuam no combate ao incêndio e no resgate das vítimas.
Vídeos mostram o momento exato em que o prédio desaba. Em um deles, uma moradora que mora ao lado do edifício narra desesperadamente: “Tem gente pendurada? Será que vão conseguir pegar essa pessoa? Meu Deus! Meu Deus do céu!”, grita aos prantos após a estrutura ruir. Veja algumas imagens: