A Austrália prometeu leis mais rígidas sobre armas nesta segunda-feira, 15 de dezembro de 2025, ao iniciar o luto pelas vítimas do pior tiroteio em massa em quase 30 anos. A polícia acusou uma dupla de pai e filho de matar 15 pessoas em uma celebração judaica na famosa praia de Bondi, em Sydney. A morte de um dos atiradores elevou o número total de óbitos para 16.
O incidente levantou questões sobre a necessidade de revisão das leis australianas de armas. A polícia informou que o suspeito mais velho tinha licença para portar armas de fogo desde 2015, além de seis armas registradas.
O primeiro-ministro Anthony Albanese afirmou que seu gabinete concordou em endurecer as leis e trabalhar na criação de um registro nacional de armas de fogo. As medidas visam lidar com aspectos como o número de armas permitidas por licença e o tempo de validade delas. “As licenças não devem ser perpétuas”, disse Albanese, citando a possibilidade de radicalização ao longo do tempo.
Detalhes do Ataque e Vítimas
Dos dois atiradores, o pai, de 50 anos, foi morto no local, enquanto seu filho, de 24 anos, estava em estado crítico no hospital. Pelo menos 40 pessoas foram levadas ao hospital após o ataque, incluindo dois policiais em estado grave, mas estável. As vítimas tinham entre 10 e 87 anos.
A polícia não divulgou os nomes dos suspeitos, mas a emissora nacional ABC e outros veículos os identificaram como Sajid Akram e seu filho Naveed Akram. O ministro do Interior, Tony Burke, disse que o pai chegou à Austrália em 1998 com visto de estudante e o filho é cidadão australiano. As autoridades de segurança afirmaram que um dos atiradores era conhecido, mas não era considerado uma ameaça imediata.
Entre as medidas em análise pelo gabinete do primeiro-ministro Anthony Albanese estão: restrições às licenças por tempo indeterminado, limites ao número de armas que um único indivíduo pode ter e aos tipos de armas que são legais, incluindo modificações. Além disso, as licenças devem ser restritas a cidadãos australianos.
Ato de Antissemitismo e Terrorismo
O tiroteio ocorreu em uma noite quente de fim de semana na praia de Bondi, lotada, durante um evento de Hanukkah. Testemunhas relataram que cerca de mil pessoas fugiram pela areia.
Um pedestre, Ahmed al Ahmed, filmado enfrentando e desarmando um dos homens durante o ataque, foi aclamado como herói e passou por cirurgia após ser baleado duas vezes. Uma campanha de arrecadação de fundos ultrapassou a marca de US$ 1 milhão australianos para ele.
Pessoas prestaram homenagens no pavilhão de Bondi, depositando flores em um memorial improvisado, enquanto a polícia e seguranças particulares judeus patrulhavam a área.
O primeiro-ministro Anthony Albanese classificou o ocorrido como “um ato de pura maldade, um ato de antissemitismo, um ato de terrorismo”. O premiê enfatizou o sofrimento da comunidade judaica, que representa cerca de 150 mil dos 27 milhões de habitantes da Austrália, e prometeu erradicar o antissemitismo no país.
Os ataques de domingo foram os mais graves de uma série de ataques antissemitas contra sinagogas, edifícios e carros na Austrália desde o início da guerra de Israel em Gaza, em outubro de 2023. Tiros em massa são raros na Austrália; o ataque de domingo foi o pior desde 1996, quando um homem armado matou 35 pessoas no estado da Tasmânia.











































