O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma lei nesta quarta-feira (19) que obriga o Departamento de Justiça do país a divulgar documentos referentes à investigação envolvendo o agressor sexual Jeffrey Epstein. A medida atende a uma demanda por maior transparência no caso, vinda tanto de oponentes quanto de membros da base do presidente.
Os documentos podem trazer mais informações sobre as atividades de Epstein, que mantinha relações sociais com Trump e outras figuras notáveis antes de ser condenado em 2008 por acusações de prostituição infantil.
Mudança de posição e acusações
O escândalo tem sido um foco de tensão para Trump, em parte por ele ter ampliado as teorias de conspiração sobre Epstein entre seus próprios apoiadores. Muitos eleitores republicanos acreditam que o governo encobriu os laços de Epstein com pessoas poderosas e ocultou detalhes sobre sua morte por suicídio, ocorrida em uma prisão de Manhattan em 2019.
Até recentemente, Trump havia pedido a parlamentares republicanos que se opusessem à liberação dos arquivos, alegando que a divulgação de registros internos poderia abrir um precedente prejudicial à presidência, segundo assessores do Congresso.
No entanto, o presidente mudou de rumo após a legislação demonstrar ter apoio bipartidário suficiente para ser aprovada. Trump comemorou a assinatura em uma publicação em mídia social.
A verdade sobre “certos democratas”
O presidente usou a rede Truth Social para dizer que a divulgação ajudará a expor “a verdade sobre certos democratas e suas associações com Jeffrey Epstein”.
Trump tem acusado os democratas de usarem o escândalo para desviar a atenção de vitórias políticas republicanas. Ele retratou Epstein como um aliado democrata e disse que a próxima divulgação de documentos exporia “suas associações” com ele.
A procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, informou que o Departamento de Justiça divulgará o material relacionado a Epstein em até 30 dias, conforme exigido pela legislação aprovada na terça-feira pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, controlados pelos republicanos.
Arquivos podem ser reduzidos
A liberação dos documentos, no entanto, pode não ser completa. A legislação aprovada pelo Congresso permite que o Departamento de Justiça retenha informações pessoais sobre as vítimas de Jeffrey Epstein e materiais que possam comprometer alguma investigação ativa.
Uma pesquisa recente da Reuters/Ipsos mostrou que apenas 20% dos norte-americanos aprovam a forma como Trump lidou com o caso Epstein. Cerca de 70% dos participantes disseram acreditar que o governo está escondendo informações sobre os clientes do agressor sexual.
O Departamento de Justiça frequentemente se apoia na necessidade de proteger investigações em andamento para reter informações.








































