O papa Leão XIV, em entrevista concedida em Castel Gandolfo, sua residência nos arredores de Roma, pediu uma “profunda reflexão” sobre a forma como os migrantes estão sendo tratados nos Estados Unidos sob a administração do presidente Donald Trump. O primeiro papa natural dos EUA afirmou que as necessidades espirituais dos detidos devem ser respeitadas.
Ao ser questionado sobre a recusa em permitir que imigrantes detidos em Broadview, perto de Chicago, recebessem a Sagrada Comunhão, o papa citou o capítulo 25 do Evangelho de Mateus.
“Jesus diz claramente que, no fim do mundo, nos perguntarão: como vocês receberam o estrangeiro. Vocês o receberam e o acolheram ou não? E acho que há uma profunda reflexão que precisa ser feita em termos do que está acontecendo”, disse o pontífice.
Leão XIV destacou que “muitas pessoas que viveram por anos e anos e anos, sem nunca causar problemas, foram profundamente afetadas pelo que está acontecendo agora”.
Direitos Espirituais e Críticas
Em relação aos detentos de Broadview, o papa convidou as autoridades a permitirem que agentes pastorais atendam às necessidades espirituais desses indivíduos, que muitas vezes foram separados de suas famílias por um longo período. A recusa ao acesso de clérigos para levar a comunhão aos detentos ocorreu em 1º de novembro.
O papa Leão, que assumiu o pontificado em maio, também criticou a decisão do governo norte-americano de enviar navios de guerra para as proximidades da Venezuela, afirmando que a ação está “aumentando a tensão”.
“Não venceremos com violência, a coisa [certa] é buscar o diálogo e uma maneira correta de encontrar soluções para os problemas que podem existir em um país”, concluiu o pontífice, reiterando que o papel das Forças Armadas deveria ser “defender a paz”.








































