Dick Cheney, ex-vice-presidente dos Estados Unidos e figura central na política externa que culminou na invasão do Iraque em 2003, morreu aos 84 anos. A informação foi divulgada por sua família em comunicado nesta terça-feira, dia 4 de novembro. O republicano faleceu na noite de segunda-feira devido a complicações de pneumonia, além de doenças cardíacas e vasculares.
Cheney, que já havia sido congressista por Wyoming e Secretário de Defesa, foi escolhido por George W. Bush como seu companheiro de chapa na corrida presidencial de 2000. Como vice-presidente, de 2001 a 2009, ele lutou vigorosamente pela expansão do poder da Presidência, argumentando que este havia se esvaído desde o escândalo de Watergate. Ele também ampliou a influência de seu gabinete ao montar uma equipe de segurança nacional. Steve Holland, repórter da Reuters, noticiou o falecimento.
Articulador da Guerra do Iraque
Dick Cheney foi um forte defensor da invasão do Iraque em 2003, alertando publicamente sobre o perigo do suposto estoque de armas de destruição em massa do Iraque. Contudo, nenhuma dessas armas foi encontrada após a invasão.
O ex-vice-presidente entrou em conflito com vários assessores importantes de Bush, incluindo os secretários de Estado Colin Powell e Condoleezza Rice. Ele também defendeu técnicas de interrogatório “aprimoradas” para suspeitos de terrorismo, que incluíam afogamento e privação de sono. Tais métodos foram posteriormente classificados como “tortura” pelo Comitê Seleto de Inteligência do Senado dos EUA e por relatores especiais da ONU.
Crítico de Trump e histórico de saúde
Em seus últimos anos, Dick Cheney se tornou um crítico severo do presidente republicano Donald Trump. Sua filha, Liz Cheney, também uma influente legisladora republicana, perdeu seu assento na Câmara após se opor a Trump e votar por seu impeachment após o ataque ao Capitólio em 2021.
Cheney sofreu problemas cardíacos durante grande parte de sua vida, tendo seu primeiro ataque aos 37 anos. Em 2012, ele passou por um transplante de coração.
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