O estado de Illinois, nos Estados Unidos, entrou com uma ação judicial nesta segunda-feira, 6 de outubro de 2025, para impedir que o ex-presidente Donald Trump envie centenas de soldados da Guarda Nacional federalizada para as ruas de Chicago.
A ação é o mais recente ponto de tensão em uma crescente série de batalhas judiciais que questionam a autoridade do presidente em usar forças militares para intervir na segurança dos estados.
Batalha Judicial de Chicago
A medida de Illinois e da cidade de Chicago ocorreu horas após um juiz federal no Oregon bloquear temporariamente, no domingo (5), o envio de tropas da Guarda Nacional para policiar Portland.
A ação de Chicago é a quarta a contestar o uso de soldados por Trump para policiar cidades, reprimir protestos e reforçar a fiscalização da imigração.
A queixa de Illinois tem como alvo a decisão do governo Trump de federalizar até 300 membros da Guarda Nacional de Illinois, apesar das objeções do governador democrata J.B. Pritzker. Além disso, o governo federal planejava enviar outros 400 soldados do Texas para a cidade.
Pretexto e Argumentos Legais
O estado alega que os “avanços na ‘guerra’ há muito declarada pelo presidente Trump contra Chicago e Illinois são ilegais e perigosos”.
Segundo a denúncia, o presidente está enviando militares sob o “pretexto frágil” de proteger uma instalação de Imigração e Alfândega em um subúrbio de Chicago. O estado argumenta que os protestos têm sido pequenos e, em sua maioria, pacíficos.
Illinois argumenta que o governo Trump violou a Lei Posse Comitatus, que limita drasticamente o uso de militares para aplicação da lei nacional. Também alega que houve violação da 10ª Emenda da Constituição dos EUA, que protege os direitos dos estados, ao usurpar o papel de Pritzker como comandante-chefe da Guarda Nacional em Illinois.
Posição da Casa Branca e Escrutínio Judicial
A Casa Branca, por meio da porta-voz Abigail Jackson, defendeu a medida, dizendo que as tropas são necessárias para proteger os funcionários federais de “tumultos violentos” em Chicago. “O presidente Trump não fechará os olhos para a ilegalidade”, disse Jackson.
Juízes da Califórnia e do Oregon já tomaram decisões iniciais apontando que Trump provavelmente extrapolou sua autoridade ao tentar assumir o controle da Guarda Nacional nesses estados.
Os tribunais ainda não chegaram a uma decisão final em nenhum desses casos. Trump já ordenou o envio de tropas para Los Angeles, Chicago, Portland e Washington, provocando ações judiciais de líderes estaduais e locais, majoritariamente democratas.