O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira, 30 de setembro de 2025, em Washington, que aguardará um prazo de “três ou quatro dias” pela resposta oficial do Hamas ao seu plano de paz para a Faixa de Gaza. A proposta, apresentada na segunda-feira (29) na Casa Branca, recebeu apoio imediato do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Trump afirmou que a proposta tem o endosso de “todos os países árabes, os países muçulmanos, Israel”. O presidente norte-americano aumentou a pressão sobre o grupo palestino, declarando: “Estamos apenas à espera do Hamas. E o Hamas aceitará ou não. E se não aceitar, acabará de forma muito triste”. Em uma reunião posterior com generais e almirantes, Trump ameaçou o Hamas com o “inferno” caso a proposta não seja assinada.
O plano de paz de 21 pontos
A proposta norte-americana prevê um complexo processo de paz com diversos passos:
Cessar-fogo imediato.
Libertação dos reféns mantidos pelo Hamas em 72 horas.
Desarmamento do movimento islâmico.
Retirada gradual do exército israelense.
Envio de uma força internacional e o estabelecimento de uma autoridade de transição em Gaza.
O plano também estabelece que, em troca da libertação de todos os reféns, Israel soltará 250 palestinos que cumprem prisão perpétua e 1.700 habitantes de Gaza detidos após o início do conflito.
Apoio internacional e ceticismo em Gaza
O apoio internacional ao plano de paz tem crescido. O Catar, tradicional intermediário nas negociações com o Hamas, prometeu trabalhar com os EUA e Israel pela paz, sinalizando um possível isolamento do grupo palestino. O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, também apelou a todas as partes para que se comprometam com o acordo.
Por sua vez, o enviado israelense à ONU, Danny Danon, reforçou a posição de Israel. Ele afirmou que se o Hamas rejeitar o plano, Israel “vai terminar o trabalho” para trazer os reféns para casa “da forma mais fácil ou mais difícil”.
Apesar do otimismo de líderes internacionais, habitantes de Gaza demonstraram ceticismo. Para eles, a ausência do Hamas nas negociações e a exigência de que o grupo renuncie ao governo da Faixa de Gaza tornam o plano “não realista”, podendo comprometer sua implementação.