O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma declaração polêmica ao ameaçar cancelar as licenças de emissoras de rádio e televisão que veiculam críticas a seu governo. O comentário foi feito nesta quinta-feira, 18 de setembro de 2025, em Washington, logo após a emissora ABC suspender “indefinidamente” o programa do apresentador Jimmy Kimmel, conhecido por seus comentários contrários a Trump. A decisão da ABC foi tomada após a pressão da Casa Branca e do chefe da Comissão Federal de Comunicações (FCC), Brendan Carr.
As ações do governo Trump, incluindo a suspensão do programa de Kimmel, têm gerado protestos de democratas e de entidades civis, como a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), que as consideram um grave ataque à liberdade de expressão. A ACLU também denunciou um processo movido por Trump contra o New York Times e quatro jornalistas do veículo. Em um contexto de escalada contra críticos, o diretor da Divisão de Democracia e Tecnologia da ACLU, Christopher Anders, declarou que as autoridades de Trump estão “abusando repetidamente de seu poder para barrar ideias de que não gostam”.
Discurso de Trump e críticas ao Brasil
A postura de Trump nos Estados Unidos contrasta com suas críticas ao Brasil, onde o presidente norte-americano alega defender a liberdade de expressão. O governo dos EUA impôs sanções sobre parte das exportações brasileiras e contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, justificando as medidas como uma resposta a supostas violações da liberdade de expressão da oposição.
Trump acusa o STF de promover uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão por crimes como tentativa de golpe de Estado e associação criminosa, após investigações indicarem um plano para anular as eleições de 2022. Os planos, segundo as investigações, incluíam o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.