O papa Leão expressou críticas a pacotes de remuneração corporativa que resultam em salários desproporcionais para executivos em comparação com os de seus funcionários. A declaração foi feita em sua primeira entrevista à imprensa, com trechos divulgados no domingo, dia 14 de setembro de 2025, pela Reuters. Ele citou o recente plano de remuneração de US$ 1 trilhão da Tesla para o presidente executivo, Elon Musk.
A entrevista foi concedida no final de julho para uma biografia ainda inédita, e os trechos foram divulgados pelo site de notícias católicas Crux. Leão, que é natural de Chicago, também abordou temas como o papel da Organização das Nações Unidas (ONU), suas experiências como missionário no Peru e o conflito entre a Ucrânia e a Rússia. Ele demonstrou um estilo mais reservado que seu antecessor, o papa Francisco, preferindo se basear em textos preparados.
Desigualdade salarial no mundo corporativo
“CEOs, que há 60 anos poderiam estar ganhando de quatro a seis vezes mais do que os trabalhadores estão recebendo 600 vezes mais (agora)”, afirmou o pontífice na entrevista. Ele destacou o caso de Elon Musk: “Ontem (houve) a notícia de que Elon Musk será o primeiro trilionário do mundo. O que isso significa e do que se trata? Se essa é a única coisa que tem valor, então estamos em um grande problema.”
Visão sobre a diplomacia global
Eleito em maio como o primeiro pontífice norte-americano, o papa Leão também criticou a ONU, afirmando que a organização “perdeu sua capacidade de reunir as pessoas em questões multilaterais”. Sobre seu novo papel, ele comentou que se sente mais preparado para liderar espiritualmente os 1,4 bilhão de católicos do mundo, mas que o aspecto de líder global é um novo desafio. “Estou aprendendo muito e me sentindo muito desafiado, mas não sobrecarregado”, disse.