O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou neste domingo (10), em Jerusalém, que uma nova ofensiva na Faixa de Gaza deve ser concluída “com bastante rapidez”. O objetivo, segundo ele, é atingir os dois últimos redutos do Hamas na Cidade de Gaza, considerados os únicos alvos restantes. O anúncio ocorre no momento em que o Conselho de Segurança da ONU se reúne para discutir a crise humanitária e faz novos apelos para que o sofrimento no enclave palestino chegue ao fim.
Netanyahu defendeu a ofensiva como a única opção, devido à recusa do Hamas em entregar suas armas. O grupo, por sua vez, afirma que só se desarmará com a criação de um Estado palestino independente. O primeiro-ministro reforçou que o objetivo não é ocupar Gaza, mas sim “concluir o trabalho” para derrotar o Hamas e libertar os reféns israelenses.
Críticas e Preocupações Internacionais
O novo plano militar de Israel foi aprovado na sexta-feira (8) e gerou críticas de diversos países. Representantes europeus na ONU, como Dinamarca, França, Grécia, Eslovênia e Reino Unido, emitiram uma declaração conjunta alertando que a expansão das operações militares só colocaria em risco a vida dos civis e dos reféns, além de agravar a crise de fome.
Eles destacaram que a fome em Gaza é “uma crise provocada pelo homem” e que ações urgentes são necessárias para aumentar a ajuda humanitária. O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, relatou que mais cinco pessoas, incluindo duas crianças, morreram de desnutrição e fome nas últimas 24 horas, elevando o número total de mortos por essas causas para 217.
O ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, chegou a comparar a possível ofensiva a um “Vietnã para os soldados israelenses”, sugerindo que Israel deveria ouvir os avisos de seu próprio exército.
Posicionamento dos Estados Unidos e Respostas de Israel
Os Estados Unidos, por meio de seu representante no Conselho de Segurança, defenderam Netanyahu, reafirmando o compromisso de Washington em atender às necessidades humanitárias, libertar os reféns e alcançar a paz. Netanyahu, por sua vez, garantiu que Israel está cooperando com os EUA para aumentar a entrada de ajuda humanitária por via terrestre.
O chefe militar de Israel manifestou oposição à ocupação de toda a Faixa de Gaza, alertando que a medida poderia colocar em risco os reféns e levar a uma prolongada guerra de guerrilha. Netanyahu afirmou que o objetivo não é a ocupação, mas a criação de um “cinturão de segurança” próximo à fronteira israelense. Ele também disse que a população civil da Cidade de Gaza seria transferida para “zonas seguras”, apesar de palestinos contestarem a segurança dessas áreas.