Portugal e Espanha estão enfrentando os incêndios florestais mais graves deste verão, com milhares de bombeiros lutando para conter mais de uma dezena de focos ativos. Os incêndios, que atingem o Norte de Portugal e o Centro da Espanha desde a noite de terça-feira (29) e seguem nesta quarta-feira (30), ocorrem após semanas de calor intenso na Península Ibérica.
Situação em Portugal
Em Portugal, o maior incêndio está devastando a região montanhosa e arborizada de Arouca, a cerca de 300 quilômetros ao norte de Lisboa, desde segunda-feira (28). O fogo levou ao fechamento dos populares Passadiços do Paiva, uma atração turística. Cerca de 800 bombeiros e sete aeronaves estão combatendo as chamas. O comandante da Proteção Civil, Helder Silva, informou que houve um “esforço enorme” durante a noite, resultando em uma situação “um pouco mais calma”, mas alertou que ventos fortes e o terreno difícil tornam o trabalho desafiador.
Mais ao Norte, próximo à fronteira com a Espanha, um incêndio que começou no sábado ainda está ativo no parque nacional de Peneda-Gerês, cobrindo vilarejos próximos com fumaça densa e orientando os moradores a permanecerem em casa. Bombeiros portugueses conseguiram controlar dois grandes incêndios que tiveram início na segunda-feira nas áreas centrais de Penamacor e Nisa. As autoridades indicaram que o incêndio em Penamacor já destruiu 3 mil hectares de floresta.
Cenário na Espanha
Na Espanha, a província de Ávila, na região central, enfrenta dificuldades devido a rajadas de vento inconstantes que atrapalham os esforços dos bombeiros e de uma unidade militar especial. Moradores da vila de El Arenal, a cerca de 100 km a oeste de Madri, foram aconselhados a ficar em casa por causa da fumaça.
Em Mombeltrán, perto de Ávila, o fazendeiro Blas Rodríguez expressou seu desespero ao ver sua plantação de oliveiras completamente queimada. “Essa terra pertence ao meu pai. Ela foi queimada há 16 anos, mas as oliveiras foram poupadas do fogo… desta vez não há como salvá-las, tudo está completamente queimado”, relatou à Reuters. Na província de Cáceres, no Oeste do país, um incêndio afetou 2,5 mil hectares, levando moradores a evacuar a região de Caminomorisco.
Causas e Contexto Climático
Verões quentes e secos são comuns na Península Ibérica, mas ondas de calor mais intensas têm contribuído para incêndios florestais mais destrutivos nos últimos anos, em um contexto de rápido aumento das temperaturas globais. Portugal e Espanha registraram o mês de junho mais quente de sua história.