Índia e Paquistão chegaram a um acordo para um cessar-fogo “completo e imediato” neste sábado (10), após uma semana marcada pelos confrontos mais intensos em duas décadas na disputada região da Caxemira. A medida foi anunciada por representantes de ambos os países e divulgada inicialmente pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que parabenizou as partes pela decisão após intermediação norte-americana.
Segundo o ministro das Relações Exteriores do Paquistão, I. Dar, o espaço aéreo do país foi reaberto e novas negociações devem ocorrer na segunda-feira (12). O governo paquistanês afirmou continuar comprometido com a paz, sem abrir mão de sua soberania.
A escalada do conflito teve início em 22 de abril, após um atentado em Pahalgam, no lado indiano da Caxemira, que deixou 26 mortos. Desde então, os dois exércitos trocaram acusações e ataques. Na sexta-feira (9), um bombardeio indiano deixou cinco civis mortos e 29 feridos no Paquistão, segundo autoridades locais. Nova Délhi alegou que o Paquistão também lançou bombas e drones contra seu território.
Ao todo, ao menos 49 civis morreram durante os confrontos — 36 paquistaneses e 13 indianos —, conforme balanço das autoridades. Uma mesquita em Muridke, no Paquistão, foi danificada por ataques aéreos, e moradores da fronteira precisaram ser evacuados por precaução.
A Índia responsabiliza o grupo Lashkar-e-Taiba, baseado no Paquistão, pelo atentado de abril, enquanto acusa Islamabad de dar suporte a insurgentes. Como resposta, o Exército indiano informou ter destruído nove “acampamentos terroristas” com ataques de precisão em Punjab e na Caxemira.
Os bombardeios indianos também atingiram um centro islâmico em Bahawalpur, matando 13 pessoas, segundo o Paquistão. Islamabad ainda declarou ter derrubado cinco caças indianos; Nova Délhi não confirmou oficialmente, mas fontes locais reconheceram a queda de três aeronaves.
Diversas potências internacionais — incluindo EUA, União Europeia, Rússia, Reino Unido e França — pediram moderação às partes. A ONU alertou que um confronto militar entre as duas nações nucleares seria inaceitável.
O primeiro-ministro indiano N. Modi chegou a anunciar a suspensão do fluxo de água dos rios para o Paquistão, o que foi considerado por Islamabad como um possível “ato de guerra”.