Nesta sexta-feira, 12 de dezembro de 2025, o Acordo de Paris, considerado o principal tratado internacional para enfrentar a crise climática, completa 10 anos de sua adoção na COP21, em 2015. Apesar de ser um marco histórico global, a Organização das Nações Unidas (ONU) alerta que o mundo está distante de cumprir a meta de limitar o aquecimento global a 1,5 ºC.
Este limite de 1,5 ºC é visto como o ponto crítico para evitar impactos severos e potencialmente irreversíveis, conforme o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). O IPCC indica que as emissões globais devem cair 43% até 2030 para manter o objetivo ao alcance. Diante disso, os países são pressionados a reforçar suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs).
Ação climática precisa ser mais rápida, diz ONU
António Guterres, secretário-geral da ONU, afirmou que, embora o Acordo de Paris esteja funcionando, a ação climática precisa ser mais rápida. Ele citou que os últimos dez anos foram os mais quentes já registrados.
“Graças ao Acordo de Paris, não estamos mais no caminho para um aquecimento superior a 4°C – um cenário insustentável. Em vez disso, a trajetória global está mais próxima de 2,5°C”, disse Guterres.
Guterres reforçou que é necessário um plano de aceleração que preencha a lacuna entre ambição, adaptação e financiamento. Ele destacou que a união demonstrada pelos países na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém, ao reconhecer a importância do limite de aquecimento, é um fator de esperança.
Opiniões sobre o progresso
O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, afirmou que o tratado foi decisivo para “destravar” a ação climática em um momento crítico. Ele reconheceu que, embora o mundo tenha saído da trajetória de 4 ºC para 2,5 ºC, ainda há muito a ser feito para evitar ultrapassar 1,5 ºC.
Já Christiana Figueres, que era secretária executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC) em 2015, expressou pessimismo. Ela acredita que é tarde demais para resolver a mudança climática, mas ressaltou que o mundo não precisa se condenar aos piores impactos. A chave, para ela, é acelerar a implementação responsável da redução de emissões.
O Acordo de Paris, adotado por 195 Estados Partes e em vigor desde 2016, estabeleceu um compromisso global e vinculativo. Ele prevê ciclos de cinco anos para que cada país apresente ou atualize seus planos climáticos, além de um Quadro de Transparência Reforçado para acompanhar o progresso coletivo. A cooperação internacional, especialmente o financiamento e transferência de tecnologia para países em desenvolvimento, é um pilar central do tratado.











































