O ciclo de vida das tartarugas-da-Amazônia é um espetáculo natural que se repete todos os anos nas margens do Rio Guaporé, na divisa entre Rondônia e Bolívia, uma das regiões mais ricas em biodiversidade da Amazônia. A desova, que marca o início da primeira fase do Projeto Quelônios do Guaporé, transforma as praias da região em verdadeiros berçários naturais.
Entretanto, em 2025 o cenário mudou. As chuvas acima da média elevaram o nível do rio, deixando as praias menores e quase inviáveis para a desova das tartarugas.
“Este ano, as condições estão muito adversas. O rio não baixou o suficiente, e isso reduziu drasticamente as faixas de areia onde elas costumam desovar”, explica o biólogo da Energisa Rondônia, José Carrtte, que acompanha as ações do projeto.
Segundo o especialista, o impacto pode comprometer todo o ciclo de reprodução.
“Quando as tartarugas não conseguem desovar no período certo, a fêmea pode reter os ovos por mais tempo, o que afeta sua saúde e reduz a taxa de reprodução. Isso pode resultar em menos filhotes nascendo em dezembro”, alerta Carratte.
Desafios e força da adaptação
Neste ano, a Energisa Rondônia acompanhou de perto a etapa da desova — uma das fases mais sensíveis do ciclo dos quelônios. A presença da equipe técnica reforça o compromisso com a conservação ambiental e o apoio à pesquisa científica na região.
Para José Soares, conhecido como “Zeca Lula”, presidente do Instituto Ecovale, a temporada é marcada por aprendizados e resiliência:
“As tartarugas são símbolos de resistência. Mesmo diante das cheias, elas insistem em tentar. O que nos move é garantir que, quando o rio permitir, o ambiente esteja pronto para recebê-las novamente.”
Energia limpa impulsionando a conservação
O apoio da Energisa ao projeto vai além do campo. A empresa instalou placas solares na base do Instituto Ecovale, no Vale do Guaporé, promovendo autonomia energética e sustentabilidade para as ações de monitoramento.
“A energia solar trouxe eficiência para quem está na linha de frente da conservação desse projeto tão importante”, destaca Carratte.
Esperança nas águas do Guaporé
Mesmo com as dificuldades impostas pela cheia, as equipes seguem monitorando o rio e aguardando condições mais favoráveis.
“É um trabalho de paciência e fé na natureza”, resume Zeca Lula.
O Projeto Quelônios do Guaporé, desenvolvido pelo Instituto Ecovale com apoio da Energisa, atua na proteção e monitoramento das tartarugas-da-Amazônia, promovendo educação ambiental e valorização da biodiversidade local.








































